“SEE NOW, BUY NOW”
Muito antes do conceito aparecer em destaque, Fonseca já acreditava que a moda era algo para ser consumido de imediato, logo após os desfiles. Especializado em trabalhar com o consumidor final, ele acredita que o futuro da moda está justamente relacionado a isso, oferecer aos compradores o que acabaram de ver nas passarelas. E foi pioneiro ao levar os desfiles para dentro dos shopping centers.
“Quando fui trabalhar com moda fui buscar o que é o corpo, e o que cai bem nesse corpo, o que as pessoas precisam. A moda é uma grande necessidade, duas das maiores é comer e vestir. Podemos até sair com fome, mas sem roupa, nunca. As pessoas gostam, precisam e querem comprar roupa. Trabalhar com o consumidor faz com que cada vez mais crie uma fonte de informação precisa e isso é o ‘see now, buy now’. A crise envolve o planeta todo e se olharmos tudo o que temos no nosso guarda-roupa, pensando em consumo consciente, não precisaríamos comprar roupas pelos próximos cinco anos, sem nenhum problema. Mas precisamos continuar comprando, e eu vejo que as Semanas de Moda, em algum momento, vão ter que fazer os seus lançamentos rapidamente, vão ter que lançar e vender rapidamente. As pessoas não querem ver uma peça na passarela e esperar quatro ou cinco meses para poder comprar aquilo. Você precisa ver agora e precisa comprar agora”, contextualiza.
E continua: “Nós nos especializamos nisso, o que o consumidor quer, a necessidade dele, que quer para hoje e que quer levar para casa. Por isso fomos trabalhar dentro do shopping. Quando vi a primeira edição do SPFW (São Paulo Fashion Week), eu pensei que tínhamos que levar isso para dentro do shopping, porque quem está dentro do shopping? É o consumidor final, é aquele que decide pela sua compra imediatamente. E é uma troca muito rápida. Por que os desfiles, mesmo com toda a crise, nunca perdem esse contágio, essa sedução? Porque é vida. Quando começamos a levar os desfiles para dentro dos ‘malls’, vimos que o efeito era imediato, as pessoas olhavam e compravam rapidamente.”