A importância da gestão ambiental empresarial
As questões ambientais têm se tornado importante foco para os negócios atualmente. É perceptível o aumento da importância que clientes, investidores, financiadores e agentes fiscalizadores têm dado à conformidade do setor empresarial com as boas práticas ambientais.
Nesse cenário de crescimento contínuo dos resultados do setor produtivo e de aumento dos problemas ambientais provenientes das ações empresariais, nasce e cresce a ideia da gestão ambiental. Empresas cujas atividades são consideradas degradadoras do meio ambiente ou potencialmente poluidoras devem se preocupar em adotar práticas de gestão nessa área.
A gestão ambiental tem como finalidade incluir a variável ambiental no processo de tomada de decisão da empresa. Trata-se do gerenciamento estratégico de um risco com alto potencial para gerar graves prejuízos à empresa. Se não for administrado de forma criteriosa, o risco ambiental pode transitar por questões legais, financeiras, mercado e, sobretudo, de imagem.
Geralmente, as pessoas confundem a gestão ambiental com o mero atendimento das leis e normas ambientais. A ela cabe não só a adoção de ações com a finalidade de prevenir multas, infrações, processos administrativos e judiciais, mas também de cuidar da boa imagem da empresa perante seu público estratégico (colaboradores, fornecedores, clientes, órgãos fiscalizadores, organizações não governamentais, concorrentes etc).
Uma gestão estratégica do risco ambiental carrega consigo, portanto, a função de evitar a responsabilização legal da empresa e de seus representantes, que se consubstancia no pagamento de multas, na reparação de danos, e até na suspensão ou no embargo de atividades; gerenciar os riscos de imagem que se associam à perda de credibilidade e confiança perante o público estratégico, caso venha a conhecimento público supostas irregularidades ou condutas imprudentes e negligentes por parte da empresa, que resultaram em danos ambientais; gerenciar os riscos de crédito, que configura a dificuldade na captação de recursos de terceiros para o fomento da atividade empresarial, por exemplo, financiamentos e empréstimos bancários, emissão de papéis no mercado de capitais, dentre outros.
Fazer uma gestão estratégica dos riscos ambientais, em todas as suas dimensões, é fundamental para o sucesso do negócio. A falta de gestão ou a má gestão desses aspectos podem implicar graves prejuízos financeiros ao empreendedor, seja de forma direta (ex.: pagamento de multa, suspensão de atividades, reparação de um dano ambiental) ou indireta (ex.: veiculação de notícia negativa na mídia que implica a desvalorização do produto da empresa e a perda de clientes). Vale lembrar que o risco legal pode ser, de certa forma, reversível, bastando o cumprimento da sanção imposta; já o risco de imagem, uma vez difundido, pode gerar danos sem precedentes, capaz de comprometer até mesmo a existência da empresa.
Uma boa gestão ambiental possibilita que a empresa conheça previamente os riscos a que está exposta. Mapeando-os, a empresa tem condições de evitá-los, mitigá-los ou, se desejar, de assumi-los, após uma ponderação consciente de suas possíveis consequências. Tudo a depender do objetivo corporativo. O que é temerário é tomar uma decisão desinformada, sem conhecer as suas implicações.
A boa gestão pode também ser reconhecida pelo público estratégico, promovendo a valorização do produto ou serviço oferecido pela empresa e também das suas ações negociadas em bolsa.
A gestão ambiental tem como finalidade incluir a variável ambiental no processo de tomada de decisão da empresa"