Poupando de acordo com os objetivos
Se para quem poupa olhar para o presente já é difícil, planejar o futuro parece ainda mais distante. Apenas dois em cada dez brasileiros que guardaram alguma quantia em agosto separaram parte da renda pensando na aposentadoria, diz o SPC.
Marcela Kawauti, do birô de crédito, destaca que o brasileiro tem dificuldade para escolher os instrumentos mais adequados para poupar de acordo com seu objetivo.
A velha caderneta de poupança lidera o destino das reservas com folga (59%), bem abaixo de outros investimentos como fundos (10%) e Tesouro Direto (7%), de acordo com o levantamento. Já 18% afirmam deixar o dinheiro em casa e outros 18% na conta corrente. “Isso é muito ruim, porque não oferece retorno nenhum”, diz Kawauti. “Não é só criar o hábito de poupar. Esse é o primeiro passo, planejar o objetivo, quanto vou guardar. Mas não adianta ter foco se não escolher o instrumento adequado para isso”, ela acrescenta.
A planejadora Annalisa Dal Zotto explica que objetivos de longo prazo permitem ao investidor assumir maior risco em busca de mais retorno, como em fundos de ações ou multimercados. “Se houver perdas no curto prazo, com um universo de cinco, dez anos de aplicação, há tempo para se recuperar”, afirma.
“O dinheiro da reserva deve estar ou em uma poupança ou num Tesouro Selic, por exemplo, em que não vai render tanto, mas também o risco de perda é menor”, completa.