Economia circular é uma das alternativas
Uma das cinco visões de futuro contempla o modelo de economia circular. Um novo conceito que desconstrói a lógica da produção linear e trabalha na perspectiva sustentável, em que o resíduo se transforma em um subproduto em cada etapa da produção.
A economia circular reduz o desperdício de alimentos. De acordo com dados da FAO (Fundação das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em todo o mundo o desperdício de alimentos nas diversas etapas dos processos de produção, transporte, industrialização, distribuição e armazenagem é de 1,3 bilhão de toneladas por ano, o que seria suficiente para alimentar 800 milhões de pessoas.
O estudo Rota Estratégica da Indústria Agroalimentar 2031 contextualiza a necessidade de o setor investir em gestão, pesquisa, inovação, novas tecnologias e marketing para responder ao desafio de atender à crescente demanda por alimentos. “Até 2050 haverá um aumento de 35% na população mundial e a previsão é que a necessidade de nutrição para alimentar estas pessoas cresça 50%, já que a tendência é haver também uma melhoria do acesso da população aos alimentos”, disse Ariane Hinça Schneider, coordenadora técnica do Observatório Sistema Fiep. Segundo ela, ainda não existem políticas públicas incentivando a economia circular, mas em um futuro próximo a questão estará presente no setor agroalimentar.
A preocupação com a procedência dos alimentos e com o sistema de criação que preserve o bem-estar animal é também cada vez mais presente no consumidor e será determinante na decisão de compra no futuro. Além disso, o estudo aponta também uma crescente demanda por alimentos funcionais, orgânicos e personalizados. “São muitos desafios, mas também muitas oportunidades que as indústrias do setor têm pela frente”, destacou. Ela afirmou ainda que para o desenvolvimento da indústria paranaense são necessárias políticas de estado, e investimentos em pesquisa e inovação.