Plantas nativas para recuperação ambiental
Viveiro florestal de Londrina produz mudas de aproximadamente 120 espécies regionais, como perobas e araucárias
Oprazo para as inscrições no Cadastro Ambiental Rural (CAR) acaba no dia 31 de dezembro deste ano. Depois que os cadastros forem feitos, começa a etapa do plano de recuperação ambiental das propriedades. Pensando nisso, o Multi Agro deste domingo (04) foi conhecer um viveiro florestal de mudas nativas em Londrina.
No local são produzidas mudas de aproximadamente 120 espécies regionais - como perobas e araucárias - em cinco hectares, de acordo com o proprietário Henrique Garcia Rocha. O viveiro faz a produção completa das mudas, desde a coleta dos frutos até a venda para o produtor rural. “Primeiro a gente tem um banco de dados da época que essas espécies frutificam no campo, nas florestas. Então todo mês a nossa equipe de coleta sai para campo, essas plantas são coletadas e vem para o viveiro”, explica Rocha. Em seguida é feito o beneficiamento dos frutos e das sementes. Essas são levadas para as estufas de germinação e, depois são colocadas para crescer fora das estufas até estarem prontas para a venda.
Para que esse processo todo seja bem sucedido Rocha diz que tem que ficar atento sempre com irrigação. “Para esse sistema produtivo não pode faltar água, por isso a gente tem um poço artesiano e tenta otimizar, ao máximo, o uso dessa água”. Além disso, segundo Rocha, é preciso tomar cuidado com as pragas e doenças e evitar o uso de defensivos químicos na produção.
A duração do processo de produção das mudas varia de acordo com a estação do ano e com a espécie da planta. Geralmente, no verão ele dura aproximadamente seis meses e no inverno por volta de nove meses, levando em conta as características fisiológicas de cada planta.
O custo parar esse trabalho varia bastante pois cada indivíduo cadastrado no CAR terá uma especificidade na área e as exigências serão diferentes, dependendo do ambiente. O produtor irá gastar com as mudas em torno de R$ 1.500 por hectare. “O custo total vai variar muito conforme a característica do terreno, o grau de infestação ocupado por braquiária ou outro tipo de capim... É difícil dizer, mas um valor mínimo de despesa seria em uma faixa de R$ 5 mil por hectare para conseguir restaurar uma área”, informa.
O custo total inclui também o preparo do solo para plantio e a manutenção da restauração. Depois da aquisição das mudas e do plantio é necessário acompanhar o crescimento delas por pelo menos um ano. Segundo Rocha para as plantas não pode faltar água. “Resolvido o problema da água, tem a matocompetição. Normalmente são áreas que vão sair gramíneas... Tem que controlar. Manter a planta limpa dessa competição, como se fosse um plantio de eucalipto ou qualquer outra fruticultura”, explica ele.
O Multi Agro vai ao ar no próximo domingo às 8h na Multi TV (canal 20 e 520 da NET) com reprises diárias.