Entidades miram mercado exterior para ovo comercial
Assim como ocorre com outros tipos de proteína animal, as entidades do setor produtivo de ovos comerciais buscam garantir um maior mercado consumidor por meio da exportação. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), houve queda nos embarques do produto ao exterior no ano passado para menos de 1% do total produzido, mas a expectativa era de recuperar espaço neste ano com a abertura de novos mercados internacionais.
Um exemplo é a África do Sul, que liberou as importações de ovos in natura (líquidos) e processados (embalados) a partir do Brasil em dezembro de 2017. México e Chile são outros dois países que autorizaram a compra do produto brasileiro. No total, mais de 50 países compram esse tipo de proteína do País, o que representou US$ 110 milhões na balança comercial de 2016. No entanto, a carne de frango nacional tem hoje acesso a 200 países. “Se exportamos 1,5% dos ovos que produzimos, é muito”, diz o presidente da Apavi (Associação Paranaense de Avicultura), Arnaldo Cortez.
Conforme o Mapa, o produto brasileiro chega à África do Sul em até 19 dias, o que representa uma vantagem em relação a fornecedores dos Estados Unidos, já que o tempo de entrega deles é de 31 dias. Por isso, Cortez considera que a capacidade de expandir a produção a partir da abertura de novos mercados é “enorme”.
Ele cita os avanços tecnológicos na cadeia, que representaram um ganho de produtividade que ajuda a explicar os 44,2 milhões de ovos que a ABPA estima para o País neste ano. “Houve muito investimento nos últimos cinco ou seis anos e não se consegue mais trabalhar sem automação hoje. Precisamos de novos mercados, de exportação”, diz Cortez.
O representante da Apavi afirma que ainda há dificuldades para vender ao exterior o produto in natura, mas que o setor industrial também precisa se atentar para a demanda de derivados como o ovo em pó, o
pasteurizado ou embalagens com claras e gemas separadas, destinadas à panificação. “As granjas do
Paraná estão entre as melhores em qualidade por termos fiscalização equivalente ao SIF e cumprimos
as mesmas exigências que os frigoríficos têm para o abate. O que falta para a gente é exportar.”