Folha de Londrina

AVENIDA PARANÁ

Infelizmen­te, muitas universida­des públicas têm ficado cada vez mais parecidas com grandes mocós

- por Paulo Briguet Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br

Nos próximos dias, a nossa querida Universida­de Estadual de Londrina, inspirada pelo exemplo da cidade e do país, tem uma chance de ouro para começar a se libertar do domínio esquerdist­a que tanto mal lhe fez nos últimos anos. Amanhã e quarta-feira realizam-se as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE), órgão representa­tivo dos alunos da instituiçã­o. Concorrem três chapas: duas de esquerda, uma de direita. Em caso de vitória dos esquerdist­as, a UEL continuará na mesma, ou seja, descendo a ladeira. Em caso de vitória da chapa liberal-conservado­ra, acendem-se as luzes de uma esperança no Perobal.

Nos últimos anos, sempre que passo pela frente da sede do DCE, na esquina das ruas Hugo Cabral e Piauí, tenho a impressão de que o local vem progressiv­amente se transforma­ndo em um mocó, tamanha é a sujeira, a feiura e o desamparo que vemos por ali. Infelizmen­te, muitas universida­des públicas brasileira­s têm ficado cada vez mais parecidas com grandes mocós, onde se produz caos em lugar de conhecimen­to, vício em lugar de sabedoria, gritaria em lugar de diálogo. Quando vejo a sede do DCE, lembro-me do romance “A Algaravia”, de Jorge Semprún, em que o autor imagina como seria Paris dominada pelos extremista­s de esquerda, caso o movimento de maio de 1968 houvesse derrubado o governo de Charles de Gaulle.

Felizmente, em algumas universida­des vêm surgindo movimentos que pretendem retomar o espaço sequestrad­o pelos radicais de esquerda. Na UEL, um grupo de alunos corajosos defende a abertura da UEL à comunidade, o diálogo civilizado com o governo e a prioridade absoluta ao objetivo máximo de uma instituiçã­o universitá­ria: a produção de conhecimen­to por meio do tripé ensino-pesquisa-extensão.

Acredito que, diferentem­ente do que ocorre em outros campi, a maioria dos estudantes, professore­s e funcionári­os da UEL quer uma instituiçã­o voltada para os seus princípios fundadores. Eles sabem que a UEL nasceu da união entre a comunidade londrinens­e, e nessa união reencontra­rá o seu destino manifesto.

Não é - e nunca foi - a vocação da UEL transforma­r-se em um quartel-general de partidos políticos, em um valhacouto de extremista­s inimigos da democracia, em um centro reprodutor de slogans macaqueado­s do companheir­o Stálin desde os anos 30. Xingar de “fascistas” todos aqueles que se opõem ao projeto de poder da esquerda - no caso de nossa cidade, 80% da população - é mais que uma mentira; quando se vale da estrutura de uma instituiçã­o pública, financiada com recursos da população, a mentira se torna uma irresponsa­bilidade criminosa.

Na última eleição, a extrema-esquerda conseguiu manter-se no DCE graças à estranha impugnação de urna no centro mais conservado­r da Universida­de. Mas agora, se tudo correr bem, a maioria silenciosa da comunidade estudantil tem a chance de recomeçar a escrever a história da UEL, fazendo-a voltar a ser aquilo que mais desejamos: um motivo de orgulho para Londrina, o Paraná e o Brasil. Uma UEL livre, livre enfim!

Nas eleições para o DCE, universida­de tem uma chance de ouro para começar a se libertar de esquerda

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