ABRAHAM SHAPIRO
Possibilidades de mudança existem. O obstáculo para que aconteçam, contudo, está dentro de nós
Todos nós nascemos com um impulso enorme de aprender. Veja os bebês. Eles conquistam novas aptidões a cada hora. E aptidões nada simples. Andar e falar, por exemplo. Mas eles não pensam que este esforço não vale a pena. E também não têm vergonha de errar. Caminham, caem, levantam e seguem adiante.
À medida que nós crescemos, as experiências formam um modelo mental. Muitos acreditam poder se tornar mais inteligentes. Muitos outros crerão que a inteligência é um dom imutável e fixo em cada indivíduo.
Foi feita uma experiência com crianças de quatro a seis anos. Elas podiam montar novamente um quebra-cabeça fácil ou tentar outro mais difícil. Algumas quiseram montar o que elas já sabiam por ser a opção mais segura, e diziam: “Crianças inteligentes não erram, então eu quero o quebra-cabeça que já sei como montar”.
Assim agem as pessoas que acreditam na inteligência fixa: têm medo de errar e não se arriscam, então perdem oportunidades na vida porque pensam que não podem falhar. Elas não agem sem que tenham certeza do sucesso.
As outras crianças daquela experiência escolheram o quebra-cabeça mais difícil e que ainda não tinham tentado montar. Uma delas disse: “Estou louca para descobrir a solução deste quebra-cabeça novo!”.
Elas pertencem ao grupo dos indivíduos que acreditam no sucesso como fruto de esforço e desenvolvimento. Não se importam com o que não sabem, mas sim com o que podem aprender através de novas descobertas. E quando não sabem, eles confessam. E pedem que expliquem.
Quer saber o que penso? As possibilidades de mudança existem sempre. O obstáculo para que elas aconteçam, contudo, nunca é externo, mas está dentro de nós.
Assim agem as pessoas que acreditam na inteligência fixa: têm medo de errar e não se arriscam