Deputados repudiam série animada da Netflix voltada ao público adulto
Depois de a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Ministério Público de Minas Gerais se manifestarem contra a série “Super Drags”, que ainda nem estreou no serviço de streaming pago Netflix, é a vez da Frente Parlamentar de Defesa da Vida e da Família na Câmara dos Deputados repudiar o conteúdo. Uma nota assinada pelos deputados Alan Rick (DEM-AC) e Diego Garcia (PODE-PR) vem circulando nas redes sociais e causando discussões acaloradas entre apoiadores e opositores da animação, a primeira brasileira a ser exibida pela Netflix, cuja estreia deve ocorrer no próximo dia 9.
Em nota, os parlamentares afirmam que a série “faz apologia à erotização e à sexualização dos telespectadores”, com “cenas implícitas e explícitas de pornografia, de lascívia e de orgia, além de possuir linguagem imprópria”, diz o documento.
Na série animada criada por Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut e produzida pela Combo Estúdio, três perso- nagens masculinos dão vida a um trio de super-heroínas drags. O cantor Pablo Vittar empresta a voz a um dos personagens da série e também à trilha de abertura.
Mas o principal “problema” analisado pelos parlamentares parece ser a classificação indicativa da atração, voltada para pessoas que têm mais de 16 anos. Eles defendem que, segundo a Coordenação de Classificação Indicativa, órgão do Ministério da Justiça, o correto seria destinar aos usuários maiores de 18 anos.
“A frente representa mais de 200 parlamentares na Câmara dos Deputados, que receberam as manifestações de indignação de inúmeras pessoas em todo Brasil cobrando um posicionamento a partir de vídeos que saíram na internet”, explica Garcia.
NETFLIX
Já a assessoria de comunicação da Netflix diz em nota que a companhia “oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferências” e reafirma que a atração “Super Drags” é uma série de animação para uma audiência adulta e não estará disponível na plataforma infantil.
“A seção dedicada às crianças combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir”, diz a nota.
Além disso, após as manifestações contrárias, a plataforma também divulgou um tutorial em suas redes oficiais sobre como utilizar o controle do conteúdo por meio da faixa etária.
A reportagem entrou em contato com a Coordenação de Classificação Indicativa e nenhuma denúncia contra a série havia sido realizada até o momento. Desde a manhã da última sexta-feira (2) até o início da tarde desta segunda (5) a publicação na página do deputado Diego Garcia, recém reeleito com mais de 100 mil votos, já havia sido compartilhada por mais de seis mil usuários, muitos também contrários à medida tomada pelos deputados.