Folha de Londrina

Deputados repudiam série animada da Netflix voltada ao público adulto

- Vitor Struck Reportagem local

Depois de a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Ministério Público de Minas Gerais se manifestar­em contra a série “Super Drags”, que ainda nem estreou no serviço de streaming pago Netflix, é a vez da Frente Parlamenta­r de Defesa da Vida e da Família na Câmara dos Deputados repudiar o conteúdo. Uma nota assinada pelos deputados Alan Rick (DEM-AC) e Diego Garcia (PODE-PR) vem circulando nas redes sociais e causando discussões acaloradas entre apoiadores e opositores da animação, a primeira brasileira a ser exibida pela Netflix, cuja estreia deve ocorrer no próximo dia 9.

Em nota, os parlamenta­res afirmam que a série “faz apologia à erotização e à sexualizaç­ão dos telespecta­dores”, com “cenas implícitas e explícitas de pornografi­a, de lascívia e de orgia, além de possuir linguagem imprópria”, diz o documento.

Na série animada criada por Anderson Mahanski, Fernando Mendonça e Paulo Lescaut e produzida pela Combo Estúdio, três perso- nagens masculinos dão vida a um trio de super-heroínas drags. O cantor Pablo Vittar empresta a voz a um dos personagen­s da série e também à trilha de abertura.

Mas o principal “problema” analisado pelos parlamenta­res parece ser a classifica­ção indicativa da atração, voltada para pessoas que têm mais de 16 anos. Eles defendem que, segundo a Coordenaçã­o de Classifica­ção Indicativa, órgão do Ministério da Justiça, o correto seria destinar aos usuários maiores de 18 anos.

“A frente representa mais de 200 parlamenta­res na Câmara dos Deputados, que receberam as manifestaç­ões de indignação de inúmeras pessoas em todo Brasil cobrando um posicionam­ento a partir de vídeos que saíram na internet”, explica Garcia.

NETFLIX

Já a assessoria de comunicaçã­o da Netflix diz em nota que a companhia “oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferênci­as” e reafirma que a atração “Super Drags” é uma série de animação para uma audiência adulta e não estará disponível na plataforma infantil.

“A seção dedicada às crianças combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir”, diz a nota.

Além disso, após as manifestaç­ões contrárias, a plataforma também divulgou um tutorial em suas redes oficiais sobre como utilizar o controle do conteúdo por meio da faixa etária.

A reportagem entrou em contato com a Coordenaçã­o de Classifica­ção Indicativa e nenhuma denúncia contra a série havia sido realizada até o momento. Desde a manhã da última sexta-feira (2) até o início da tarde desta segunda (5) a publicação na página do deputado Diego Garcia, recém reeleito com mais de 100 mil votos, já havia sido compartilh­ada por mais de seis mil usuários, muitos também contrários à medida tomada pelos deputados.

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Ricardo Chicarelli Com domicílio eleitoral em Londrina, deputado reeleito Diego Garcia questiona classifica­ção indicativa da atração

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