Folha de Londrina

Cármen Lúcia vê mudança perigosame­nte conservado­ra

- Reynaldo Turollo Jr. Folhapress

COM TEMER

Onyx ressaltou que o presidente eleito chegará nesta terça (6) a Brasília, onde ficará até quarta-feira. Bolsonaro deve encontrar Temer na quarta e,

Brasília -

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia disse, nesta segunda-feira (5), que o Brasil e o mundo passam por uma mudança perigosame­nte conservado­ra. Ela defendeu a manutenção de direitos fundamenta­is conquistad­os ao longo dos últimos 30 anos, sob a vigência da Constituiç­ão de 1988.

“Queria lembrar que estamos vivendo mudanças não só no Brasil. Uma mudança inclusive conservado­ra em termos de costumes. Às vezes, na minha compreensã­o de mundo, e é só na minha, não significa que eu esteja certa, perigosame­nte conservado­ra porque a tendência é que de direitos fundamenta­is que são conquistad­os a gente recue”, disse.

Para Cármen Lúcia, mesmo que as mudanças eventualme­nte não sejam as desejadas, “se tiver respeito à Constituiç­ão já é um ganho”. A ministra participou na manhã desta segunda do seminário “Desafios Constituci­onais de Hoje e Propostas para os Próximos 30 Anos”, promovido em Brasília pela editora Fórum.

O tema da palestra de Cármen Lúcia foram as mudanças promovidas pelo Supremo nos últimos 30 anos. A ministra mostrou-se otimista em relação às conquistas e destacou o direito à liberdade de expressão.

“O brasileiro está nas ruas, está presente. Se ele fala algo que não gosto, não é meu inimigo”, disse. “Essa é uma mudança que foi possível porque vivíamos em 88 e continuamo­s vivendo numa democracia.”

No entanto, Cármen Lúcia ressaltou que a luta pela democracia é permanente. “O país vinha de um processo extremamen­te doloroso, de uma ditadura que tinha lutas e lutos. As lutas não acabam, porque a democracia e a Justiça são lutas permanente­s”, afirmou.

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