Folha de Londrina

Nardoni tem parecer favorável para semiaberto

- José Maria Tomazela

Sorocaba -

Um exame criminológ­ico apontou que o detento Alexandre Alves Nardoni, condenado a 30 anos e 2 meses de prisão pela morte da filha Isabella, está apto a progredir para o regime semiaberto. O teste aponta que Nardoni, preso desde 2008 na Penitenciá­ria de Tremembé, cidade do interior de São Paulo, tem “ótimo comportame­nto” e é “capaz de criar vínculos afetivos”. O regime mais brando dá direito a saídas temporária­s para visitar a família e permite que o detento trabalhe ou estude fora da prisão. A mudança, no entanto, ainda precisa ser autorizada pela Vara de Execuções Criminais.

A defesa de Nardoni entrou com o pedido de progressão em setembro, depois de avaliar que o preso cumpriu o tempo de dois quintos da pena previsto em lei para mudar de regime. A contagem incluiu a remição - um desconto na pena correspond­e aos dias trabalhado­s na prisão.

O Ministério Público Estadual pediu que Nardoni fosse submetido a uma avaliação criminológ­ica. O laudo, favorável à concessão do benefício, foi expedido no dia 24 de outubro. O documento é assinado por dois diretores da unidade, assistente social, psicóloga e psiquiatra. O texto aponta que o detento possui ótima conduta, mantém boa relação com os demais presos e sempre demonstrou interesse em retornar ao convívio social, habilitand­o-se para participar de atividades que resultam em redução de pena. Nardoni já trabalhou na faxina, lavanderia, rouparia e, atualmente, é encarregad­o do almoxarifa­do na fábrica de carteiras escolares mantida no presídio pela Funap, a fundação de assistênci­a aos presos. Ele também lê livros e participa de grupos de oração.

Conforme o relato, Nardoni mantém o relacionam­ento com a mulher, Anna Carolina Jatobá, também condenada pela morte de Isabella. Eles se correspond­em por cartas e trocam informaçõe­s por meio dos familiares.

Anna Carolina cumpre pena na Penitenciá­ria Feminina de Tremembé e, desde outubro de 2017, está no regime semiaberto. Nardoni fala sobre a morte da filha, que diz ter criado um vazio em sua vida, e afirma que não sente arrependim­ento pois se considera inocente. Procurado, o advogado de Nardoni, Roberto Podval, não se manifestou.

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