Folha de Londrina

Bolsonaro quer mudança na Previdênci­a ainda este ano

Em entrevista à TV Aparecida, o presidente eleito disse que vai trabalhar para aprovar “alguma coisa da reforma ainda em 2018

- Folhapress

São Paulo - O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse, em entrevista a TV Aparecida, que irá trabalhar para aprovar “alguma coisa” da reforma da Previdênci­a ainda este ano, apesar do “desânimo em Brasília”. Ele citou a fixação da idade mínima para servidores públicos como um desses pontos.

“Queremos dar um passo, por menor que seja, mas dar um passo na reforma da Previdênci­a, que é necessária”, disse. A conversa foi exibida na tarde desta segunda-feira (5). Bolsonaro concedeu a entrevista na última quinta (1º). Na entrevista, o presidente eleito citou idades mínimas para servidores diferentes da do projeto, em 56 anos para as mulheres e 61 anos para os homens. Hoje, o servidor se aposenta a partir dos 60 anos e a servidora aos 55.

“O grande passo no meu entender, neste ano, se for possível, passar para 61 anos no serviço público para homem e 56 para mulher e majorar também um ano nas demais carreiras. Acredito que seja um bom começo para a gente entrar o ano que vem já tendo algo de concreto para nos ajudar na economia”, disse.

Tramita na Câmara dos Deputados uma proposta do governo Michel Temer (MDB) para a reforma da Previdênci­a. O projeto prevê a fixação da idade tanto para trabalhado­res do serviço privado quanto do serviço público. Para a aposentado­ria, a idade seria de 62 anos para mulheres e 65 para homens.

O aumento da idade é progressiv­o, sendo fixado em 2032 para todos os servidores, caso seja aprovada neste ano. No projeto que está na Câmara, também há a progressão da idade mínima para a iniciativa privada, chegando em 2036 para as mulheres e 2038 para os homens.

Bolsonaro tem um encontro marcado para esta terça (6) com Temer, que negocia a aprovação da reforma ainda esse ano.

Apesar de defender a fixação da idade para o funcionali­smo, Bolsonaro ponderou sobre a idade mínima, dizendo que é possível haver uma flexibiliz­ação ao depender da atividade.

“Fala-se muito em 65 anos. Mas você não pode generaliza­r isso daí. Tem certas atividades que nem aos 60 é compatível a aposentado­ria. Nós devemos manter essas questões. Você vê a expectativ­a de vida do policial militar no Rio de Janeiro, não tenho o valor exato aqui, mas está abaixo de 60 anos. Então, não é justo botar lá em cima isso daí”, disse.

DIVERGÊNCI­A

A equipe econômica de Bolsonaro defende o sistema de capitaliza­ção da Previdênci­a, que cria contas individuai­s para os trabalhado­res. Além disso, a proposta capitanead­a pelo economista Armínio Fraga, expresiden­te do Banco Central, que foi enviada a equipe do presidente eleito, propõe uma revolução no sistema previdenci­ário.

Entre as medidas listadas estão a criação de uma renda mínima para idosos -benefício universal sem limite

Fala-se muito em 65 anos. Mas você não pode generaliza­r isso daí”

de contribuiç­ão ou comprovaçã­o de renda; a instituiçã­o da Previdênci­a dos Militares; a criação de fundos de pensões nos estados, com a retirada do gasto com inativos da folha de pagamento estadual; além da previsão de equiparaçã­o das previdênci­as pública e privada em pouco mais de uma década.

 ?? Fernando Frazão/Agência Brasil ?? Bolsonaro: “Acredito que seja um bom começo para a gente entrar o ano que vem já tendo algo de concreto para nos ajudar na economia”
Fernando Frazão/Agência Brasil Bolsonaro: “Acredito que seja um bom começo para a gente entrar o ano que vem já tendo algo de concreto para nos ajudar na economia”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil