O jornal que virou a grande notícia
Fui à Estação Londrina (também conhecida como Museu Histórico) para visitar a Exposição 70 Anos da Folha. Chegando lá, a primeira coisa que vi foi a velha máquina Remington, igualzinha à que usei para escrever minha primeira matéria para o jornal, há um quarto de século. Deu vontade de sentar diante da máquina, pegar uma lauda de 20 linhas e fazer uma crônica sobre essa bela história de amor entre um jornal e seus leitores.
O tempo passou, mas a Folha continua sendo companhia e referência para nossa cidade, nosso estado, nosso país. Mais do que um jornal, trata-se de uma instituição. Sem a Folha, Londrina e o Paraná não seriam os mesmos. Há uma profunda simbiose entre o jornal e a terra onde ele nasceu.
Segundo uma norma básica do bom jornalismo, uma notícia precisa responder a seis questões básicas: quê, quem, como, quando, onde e por quê. A Exposição 70 Anos cumpre a missão de descrever a trajetória de um jornal que de tanto dar notícias acabou se transformando em uma delas.
QUÊ?
Um jornal que compartilha com a cidade em que nasceu o espírito criador, empreendedor e livre; os valores civilizatórios da bondade, da beleza e da verdade; a tolerância a par da sinceridade; a coragem a par da prudência; a ousadia a par do equilíbrio; a fé, a esperança e o amor.
QUEM?
Ao longo de sete gerações, passaram pela Folha centenas de jornalistas qualificados e abnegados, cujos nomes poderiam encher toda esta página. Para representá-los, escolherei dois mestres que tive a honra de conhecer: Estélio Feldman e Carlos Silva. Mencionarei também o nome de dois homens cujo espírito empreendedor fundou e refundou o jornal: João Milanez e José Eduardo de Andrade Vieira.
Mas os grandes personagens nestas sete décadas foram, sem dúvida, os leitores de Londrina e de todo o Paraná.
COMO?
Com um profundo amor ao trabalho. Só ele explica o milagre diário de colocar um jornal nas ruas todos os dias. No Museu, você poderá encontrar alguns dos frutos desse trabalho miraculoso: as capas que contam a história de Londrina, do Paraná, do Brasil e do mundo.
QUANDO?
Em novembro de 1948, quando circulou a primeira edição da Folha. Em julho de 1969, quando Neil Armstrong pisou na Lua. Em 1970, quando o Brasil foi tri. Em julho de 1975, quando a geada encerrou a era do café. Em agosto de 1976, quando morreu JK. Em 1985, quando morreu Tancredo Neves. Em 1988, quando foi promulgada a Constituição. Em 1992 e 2016, quando Collor e Dilma sofreram impeachment. Em 1994, quando o Brasil disse adeus a Senna. Em 2001, quando caíram as Torres Gêmeas. Em 2013 e 2015, quando o país saiu às ruas. Em 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente. Em todas os anos, meses, semanas e dias da nossa vida.
ONDE?
Em Londrina, em seu bairro, em sua rua, em sua casa, todas as manhãs, aos pés da porta. Nos 399 municípios do Paraná - por onde nos anos 70 circulavam os Fusquinhas alaranjados. Em todas as partes do mundo, através da Internet. Mas sobretudo aqui - na página que você está lendo agora.
POR QUÊ?
Ora, por um motivo muito simples. Você merece.
Exposição Folha 70 Anos conta a bela história de amor entre um jornal e seus leitores