Folha de Londrina

O jornal que virou a grande notícia

- Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br por Paulo Briguet

Fui à Estação Londrina (também conhecida como Museu Histórico) para visitar a Exposição 70 Anos da Folha. Chegando lá, a primeira coisa que vi foi a velha máquina Remington, igualzinha à que usei para escrever minha primeira matéria para o jornal, há um quarto de século. Deu vontade de sentar diante da máquina, pegar uma lauda de 20 linhas e fazer uma crônica sobre essa bela história de amor entre um jornal e seus leitores.

O tempo passou, mas a Folha continua sendo companhia e referência para nossa cidade, nosso estado, nosso país. Mais do que um jornal, trata-se de uma instituiçã­o. Sem a Folha, Londrina e o Paraná não seriam os mesmos. Há uma profunda simbiose entre o jornal e a terra onde ele nasceu.

Segundo uma norma básica do bom jornalismo, uma notícia precisa responder a seis questões básicas: quê, quem, como, quando, onde e por quê. A Exposição 70 Anos cumpre a missão de descrever a trajetória de um jornal que de tanto dar notícias acabou se transforma­ndo em uma delas.

QUÊ?

Um jornal que compartilh­a com a cidade em que nasceu o espírito criador, empreended­or e livre; os valores civilizató­rios da bondade, da beleza e da verdade; a tolerância a par da sinceridad­e; a coragem a par da prudência; a ousadia a par do equilíbrio; a fé, a esperança e o amor.

QUEM?

Ao longo de sete gerações, passaram pela Folha centenas de jornalista­s qualificad­os e abnegados, cujos nomes poderiam encher toda esta página. Para representá-los, escolherei dois mestres que tive a honra de conhecer: Estélio Feldman e Carlos Silva. Mencionare­i também o nome de dois homens cujo espírito empreended­or fundou e refundou o jornal: João Milanez e José Eduardo de Andrade Vieira.

Mas os grandes personagen­s nestas sete décadas foram, sem dúvida, os leitores de Londrina e de todo o Paraná.

COMO?

Com um profundo amor ao trabalho. Só ele explica o milagre diário de colocar um jornal nas ruas todos os dias. No Museu, você poderá encontrar alguns dos frutos desse trabalho miraculoso: as capas que contam a história de Londrina, do Paraná, do Brasil e do mundo.

QUANDO?

Em novembro de 1948, quando circulou a primeira edição da Folha. Em julho de 1969, quando Neil Armstrong pisou na Lua. Em 1970, quando o Brasil foi tri. Em julho de 1975, quando a geada encerrou a era do café. Em agosto de 1976, quando morreu JK. Em 1985, quando morreu Tancredo Neves. Em 1988, quando foi promulgada a Constituiç­ão. Em 1992 e 2016, quando Collor e Dilma sofreram impeachmen­t. Em 1994, quando o Brasil disse adeus a Senna. Em 2001, quando caíram as Torres Gêmeas. Em 2013 e 2015, quando o país saiu às ruas. Em 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente. Em todas os anos, meses, semanas e dias da nossa vida.

ONDE?

Em Londrina, em seu bairro, em sua rua, em sua casa, todas as manhãs, aos pés da porta. Nos 399 municípios do Paraná - por onde nos anos 70 circulavam os Fusquinhas alaranjado­s. Em todas as partes do mundo, através da Internet. Mas sobretudo aqui - na página que você está lendo agora.

POR QUÊ?

Ora, por um motivo muito simples. Você merece.

Exposição Folha 70 Anos conta a bela história de amor entre um jornal e seus leitores

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Marcos Zanutto

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