Cooperativismo muda realidade das escolas
Projetos com base no programa ‘A União Faz a Vida’, criado pelo Sicredi, são desenvolvidos nas escolas elevando a qualidade do ensino
Oresultado do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) divulgado este ano trouxe boas novas para escolas municipais de Londrina, mas uma em especial tem motivos a mais para comemorar. A Escola Municipal Professor Carlos Zewe Coimbra, localizada no Jardim Marabá (região Leste) foi a que apresentou o maior crescimento dos últimos anos: saiu de 3.2 em 2011; alcançou 5.6 em 2013; 6.0 em 2015; e fechou com 7.5 em 2017. Diretora da escola há oito anos, Adriana Fátima Gonçalves Machado atribui o resultado a um somatório de fatores e um deles é o funcionamento efetivo do Conselho de Classe, espaço em que são discutidos os problemas e dificuldades de cada aluno e encaminhadas soluções de forma individualizada. “Para a gente, atingir esse resultado o principal é conhecer cada aluno”, diz.
Outro fator enaltecido pela diretora é o programa “A União Faz a Vida”, criado e mantido pelo Sicredi - Sistema de Crédito Cooperativo - e que começou a operar na escola em 2012. O objetivo do programa é promover a cooperação e a cidadania, por meio de práticas de educação cooperativa, contribuindo com a educação integral de crianças e adolescentes. Por meio de uma metodologia de projetos, os estudantes deixam o papel de receptores de conhecimento e tornam-se protagonistas do processo de aprendizagem. “O programa representa uma mudança de metodologia e é interessante que também mexe com a autoestima dos alunos e dos professores”, comenta a diretora. Ela ressalta o comprometimento dos professores e a empolgação deles com as atividades que aplicam junto com os alunos.
Desde o início deste ano, todas as escolas da rede municipal do município de Ibiporã contam com o Programa “A União Faz a Vida”. “Esse programa agrega à filosofia de trabalho da secretaria municipal de educação, que é a cooperação. Para isso, precisamos entender melhor a interdisciplinaridade”, comenta a secretária municipal de Educação Margareth Rodrigues Coloniezi. A divisão por disciplina ocorre na prática pedagógica, mas pode ser relacionada e correlacionada entre si, além da transversalidade. “O Programa desperta esse olhar nos professores e, ao mesmo tempo, pensamentos, atitudes, respeito e a força da cooperação”, ressalta.
O programa chegou em Ibiporã em 2015 e rapidamente conquistou os professores que, de acordo com a secretária, passaram a estar melhor preparados em decorrência das formações oferecidas. “Nesses últimos anos, sentimos uma melhora sensível na prática pedagógica e o resultado é comprovado na melhor aprendizagem dos alunos e na motivação para desenvolver tarefas que envolvem grupos e relacionamento. “O desenvolvimento integral melhora quando se aprende a cooperar, a aceitar as diferenças, a olhar e aprender de forma diferente”, destaca a secretária. Em Ibiporã, o programa atende 3.700 alunos, nas 29 instituições de ensino infantil e fundamental, com o envolvimento de 530 professores. Na Regional Norte da Sicredi União, o Programa atinge 205 escolas em 35 municípios, atendendo cerca de 28 mil alunos.
CULMINÂNCIAS
De forma geral, o programa funciona em três fases: na primeira, chamada de “Articulação”, a proposta é apresentada à secretaria municipal de educação e aos gestores e diretores de escolas públicas e privadas. Ao aceitarem a proposta, começa a etapa de “Realização”, em que os educadores recebem 32 horas de capacitação para colocar a metodologia em prática. Já a terceira fase, de “Desenvolvimento”, os alunos definem uma temática, a partir de pergunta exploratória, para os professores abordarem durante o ano letivo, envolvendo o conteúdo das disciplinas. E, depois de um ano letivo de dedicação, chegou a hora dos alunos das escolas que desenvolvem o programa apresentarem seus trabalhos, as chamadas “Culminâncias”. As apresentações são feitas em forma de dança, teatro, música ou feira de ciências que já começaram a ser realizadas e se estendem até o fim do ano.