Folha de Londrina

‘Precisamos nos colocar no lugar do outro’

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Imigrante malinês, Adama Konaté chegou no Brasil há seis anos e foi acolhido pelo Arsenal da Esperança, casa de acolhiment­o de São Paulo. Fluente em inglês, francês e espanhol, encontrou na língua portuguesa a sua primeira grande dificuldad­e. Na instituiçã­o, aprendeu a falar a língua dos brasileiro­s e foi lá também que teve seu primeiro contato com a nova cultura. Imigrante e negro, enfrentou inúmeras vezes o preconceit­o, que considera fruto da falta de “comunicaçã­o e compreensã­o”. “Se você não discrimina ninguém, ninguém fica inferior. Nós temos que dar as mãos e precisamos nos colocar no lugar do outro”, ensina ele, que participou nesta terça-feira (6) do evento realizado na UEL. Superadas as dificuldad­es iniciais, Konaté decidiu criar a Associação Malinense de São Paulo para atender a comunidade de seu país de origem, facilitand­o a vida dos imigrantes. No começo eram 15 pessoas. Hoje, são 400.

LEGISLAÇÃO

Em 2003, foi aprovada a lei federal 10.639, que torna obrigatóri­a a inclusão nos currículos escolares do ensino de história e cultura afrobrasil­eira e africana, mas o dispositiv­o ainda carece de mecanismos de implementa­ção. “Existem muitas iniciativa­s, como a produção de material didático e paradidáti­co, professore­s que trabalham com a temática da lei, que é o ensino de cultura, de história afro-brasileira e africana, mas ainda falta efetivamen­te essa implementa­ção. Os nossos cursos de licenciatu­ra, nem todos têm a disciplina para conhecer os afrobrasil­eiros e os africanos, afinal, são 53,6% de afro-brasileiro­s na nossa sociedade”, disse Maria Nilza da Silva, coordenado­ra do Neab.

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