Muçulmanas são eleitas pela primeira vez
São Paulo - Dois Estados americanos elegeram as primeiras mulheres muçulmanas representantes do Congresso dos Estados Unidos, uma ex-refugiada que fugiu da guerra da Somália e uma palestina-americana nascida em Detroit. Ilhan Omar e Rashida Tlaib, ambas democratas, foram eleitas em Minnesota e Michigan, respectivamente, em uma disputa na qual membros de várias minorias venceram pela primeira vez.
Naturalizada americana, a ex-refugiada somali Omar, 36, será a primeira integrante do Congresso a usar um hijab (lenço) muçulmano, concorreu em um distrito tradicionalmente democrata com plataformas como sistema universal de saúde, ensino superior gratuito e apoio a políticas de moradia pública.
“Eu não esperava vir para os Estados Unidos e ir a uma escola na qual as crianças sofriam tanto com a falta de comida quanto eu no campo de refugiados”, disse Omar, que passou quatro anos de sua infância em um campo de refugiados no Quênia, em uma entrevista no mês passado.
Em 2016, ela havia sido eleita para casa dos representantes de Minnesota.
“Conseguimos, juntos. Obrigada!”, postou, em seu Twitter, após a vitória, e também parabenizou Tlaib: “Parabéns à minha irmã Rashida Tlaib por sua vitória. Mal posso esperar para compartilhar a bancada com você”.
De pais palestinos, Tlaib, 42, também tem uma história de romper barreiras. Em 2008, ela se tornou a primeira muçulmana eleita para a legislatura estadual do Michigan. Mais velha de 14 irmãos, ela é filha de imigrantes palestinos e foi criada em Detroit. Concorreu em um distrito tradicionalmente democrata com uma plataforma que incluía saúde universal e reforma migratória. Vinculou sua campanha ao ativismo político que cresceu nos EUA após a vitória de Trump em 2016.