NOVO GOVERNO
O presidente eleito recuou da ideia de extinguir o Ministério do Trabalho e de tirar ensino superior da Educação
Presidente eleito Jair Bolsonaro planeja cortar pelo menos 30% dos cargos comissionados e recua sobre ideia de extinguir o Ministério do Trabalho
Brasília -
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (13) que pretende cortar “no mínimo” 30% dos cargos políticos nos bancos federais. Em conversa com jornalistas no Superior Tribunal Militar (STM), ele confirmou que sua equipe prepara um “pentefino” para mapear indicações partidárias no Banco do Brasil (BB), no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Banco do Nordeste (BNB) e no Banco da Amazônia (BASA). “Pretendemos diminuir (o número de cargos) e colocar gente comprometida com outros valores lá dentro”, afirmou.
A uma pergunta sobre o “cabide” de empregos nos bancos federais e autarquias, Bolsonaro afirmou que a equipe do economista Paulo Guedes, escalado para o ministério da Economia, irá “rever” as estruturas das instituições. “Vamos diminuir isso aí”, ressaltou. O presidente eleito disse “concordar” que há um “exagero” no número de comissionados e citou ainda o quadro de funcionários dos ministérios.
Na entrevista, ele voltou a destacar que pretende dar transparência às operações do BNDES, uma bandeira de campanha. “No BNDES, o sigilo vai ser zero”, disse. Bolsonaro destacou que as mudanças nos bancos estatais e as nomeações de presidentes, incluindo a do Banco Central, estão sendo analisadas por Paulo Guedes. Até agora, o futuro ministro da Economia informou que Joaquim Levy, ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, comandará o BNDES. “É da minha índole confiar nas pessoas”, disse Bolsonaro, referindo-se a Guedes. “Essa é a política econômica do Paulo Guedes. Ele tem ascendência”, completou. “O Brasil está numa situação crítica e está nas mãos dele tirar (o País) dessa situação.”
RECUO
Em novo recuo sobre a estrutura de seu governo, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse que manterá o Trabalho com status de ministério.
“O Ministério do Trabalho vai continuar com status de ministério, não vai ser secretaria. Vai ser ministério ‘disso, disso e do Trabalho’, como Ministério da Indústria e Comércio”, disse nesta terçafeira (13).
A declaração foi feita durante visita do presidente eleito ao STM (Superior Tribunal Militar), logo após Bolsonaro se encontrar com o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro João Batista Pereira Brito. A mudança ocorre menos de uma semana depois de o presidente eleito ter dito, em Brasília, que extinguiria a pasta. Segundo Bolsonaro, o assunto ainda está em estudo e não há definição com qual pasta ele fundirá o Trabalho.
“A ordem dos fatores não altera o produto. Para o bom matemático é isso aí”, disse.
“Está em estudo final com Onyx Lorenzoni. A princípio é um enxugamento de ministério. Ninguém está menosprezado o Ministério do Trabalho. Está apenas sendo absorvido por outra pasta”, afirmou Bolsonaro. O presidente eleito não especificou com qual estrutura haverá a fusão, mas excluiu a possibilidade de que seja com Economia. A intenção da equipe era entregar ao superministério o principal órgão do Trabalho, a Secretaria de Políticas Públicas de Emprego.
“Indústria e Comércio já está com o superministério do Paulo Guedes. Colocar mais isso lá fica um pouco pesado”, disse Bolsonaro.
O capitão da reserva também informou que ensino superior que deve ficar subordinado ao Ministério da Educação, como é hoje.Tratase de novo recuo em relação à estrutura ministerial do futuro governo. Os planos iniciais eram de transferir a gestão do ensino superior para a pasta de Ciência e Tecnologia, que será comandada pelo astronauta Marcos Pontes.