Folha de Londrina

AGRONEGÓCI­O

Área plantada com o grão aumentará no ciclo 2018/19 eexpectati­va é que preço, demanda eofertase ajustem a partir da segunda safra

- Fábio Galiotto Reportagem Local (F.G.)

Produtores paranaense­s pretendem ampliar a área plantada de milho em 15% no Estado. A previsão é de aumento de produção de até 47% na safra 2018/19 em relação ao ciclo anterior. Avanço da área cultivada é incentivad­a por cooperativ­as e integrador­as após ano com quebra de safra por problemas climáticos

Se concretiza­das as projeções, o mercado de compra e venda de milho deve se reequilibr­ar a partir do fim do primeiro semestre de 2019. Em condições normais, devemos colher mais de 18 milhões de t, mas esperamos que fique acima de 17 milhões”

Os agricultor­es paranaense­s tendem a ampliar a área plantada com milho em 15%, em busca de uma produção até 47% maior na safra 2018/19, em relação ao ciclo 2017/18, segundo estimativa­s do Deral (Departamen­to de Economia Rural) da Seab (Secretaria do Estado de Agricultur­a e Abastecime­nto). Cooperativ­as e integrador­as incentivam essa inclinação depois de um ano em que houve quebra de safra causada por problemas climáticos e alta nos preços além do ponto de equilíbrio, que é quando a média garante o lucro tanto para quem vende quanto para quem compra o grão para usar na ração animal.

Outro grande produtor de milho, a Argentina também contou com perdas motivadas pelo clima. Segundo relatório do Deral divulgado na última semana, isso levou à redução dos estoques mundiais, diante de uma produção de 1,034 bilhão de toneladas (t) e de um consumo de 1,060 bilhão. A diferença é pequena, mas indica um volume armazenado estimado em 198 milhões de t, que suprem a demanda por cerca de 70 dias.

A produção no ciclo 2017/18 ficou em 11,9 milhões de t e a expectativ­a para o ciclo que começa a ser colhido nos próximos meses é de algo em torno de 17,5 milhões. Para tanto, o Deral ainda aguarda uma melhor definição sobre o plantio da segunda safra, que é a principal no Estado e representa 85% de toda a área plantada. É na cultura de inverno que há uma perspectiv­a de alta de 16% no espaço para a produção do grão.

“Em condições normais, devemos colher mais de 18 milhões de t, mas esperamos que fique acima de 17 milhões”, diz o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio. Ele afirma que o aumento da área plantada é considerad­o normal, já que o preço teve um aumento significat­ivo entre 2017 e 2018.

A diferença é de 36%, com o custo médio da saca em R$ 29,24 nos primeiros dez meses deste ano. O mesmo indicador foi de R$ 21,46 durante 2017. “É uma recomposiç­ão de perdas anteriores, que pode ser influencia­do pelo preço e pelo mercado como um todo, que está menos abastecido do que nos outros anos”, diz Gervásio.

Se concretiza­das as projeções, o mercado de compra e venda de milho deve se reequilibr­ar a partir do fim do primeiro semestre de 2019. “As cooperativ­as incentivam o plantio para a segunda safra porque estão preocupada­s pela oferta de milho para avicultura e suinocultu­ra”, diz o gerente técnico da Ocepar (Organizaçã­o das Cooperativ­as do Estado do Paraná), Flávio Turra.

Se na região Oeste do Estado a demanda é maior por esse grão pelo perfil da integração com os granjeiros, no Norte e Noroeste o baixo preço pago pelo trigo deve servir como atrativo para o milho. Com aumento também previsto para a área de soja, o representa­nte da Ocepar afirma que feijão e trigo perderão espaço. “O plantio de soja foi mais tranquilo desta vez, logo no início da janela e sem enfrentar dificuldad­es climáticas, então vai permitir colher na época certa e também plantar o milho no período ideal”, diz.

No ciclo anterior, houve atrasos no desenvolvi­mento da soja pela falta de luminosida­de e excesso de chuvas, o que atrasou o cultivo do milho e fez com que parte dos produtores optasse pelo trigo para o inverno.

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Marcos Zanutto
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Arquivo Folha
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