Deputados presos pela Furna da Onça têm preventiva decretada
Rio -
Dez pessoas presas na Operação Furna da Onça, da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), na quinta-feira passada (8), tiveram a prisão temporária convertida em preventiva. A decisão, divulgada nesta terça-feira (13), foi do desembargador federal Abel Gomes, relator do processo penal iniciado com a operação, que mirou em um esquema de propina envolvendo deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e o Detran-RJ, em conluio com o ex-governador Sergio Cabral (MDB).
Tiveram a prisão preventiva decretada os deputados Marcos Vinicius Neskau (PTB), Marcos Abrahão (Avante), Coronel Jairo (SD), Chiquinho da Mangueira (PSC), Andre Correa (DEM) e Luiz Martins (PDT), e os acusados Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz (até então secretário de Governo do governador Luiz Fernando Pezão), Leonardo Mendonça Andrade, Daniel Marcos Barbirato de Almeida e José Antonio Wermelinger Machado - esses últimos, assessores parlamentares. A prisão temporária tem prazo de duração de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco; a preventiva não tem prazo predefinido e é decretada para proteger o inquérito ou processo e a ordem pública. Dez deputados foram presos na Operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava Jato. O esquema movimentou pelo menos R$ 54,5 milhões em pagamentos de propina, entre os anos de 2011 e 2014, segundo mandato de Cabral, informou a Procuradoria da República no Rio.
Os parlamentares envolvidos votavam de acordo com os interesses de Cabral na Alerj e, em troca, recebiam “mensalinhos”, que podiam chegar a R$ 900 mil, e o direito de nomear apadrinhados para cargos em órgãos como o Detran-RJ, na Fundação da Infância e a Adolescência (FIA) e em empresas terceirizadas.
A Furna da Onça (alusão a uma sala da Alerj onde podem ter sido feitas negociatas) mandou para a prisão outras doze pessoas. Os crimes investigados são pertencimento a organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção.