Folha de Londrina

Cartola é preso, suspeito de mandar agredir jogadores

- Giuliana Miranda Folhapress

Lisboa -

Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, um dos principais times de futebol de Portugal, foi preso na noite do último domingo (11) acusado de 56 crimes, incluindo terrorismo. Segundo os investigad­ores, o antigo cartola teria articulado um plano para agredir jogadores e o treinador do clube. Em maio deste ano, torcedores descontent­es com os resultados do Sporting foram até o centro de treinament­o do time, onde agiram com violência com a comissão técnica e os atletas.

Após o episódio, e de uma série de polêmicas, Carvalho acabou destituído da presidênci­a do clube por uma assembleia geral entre os sócios. O ataque, sem precedente­s no futebol português, envolveu mais de 40 torcedores, que entraram na Academia do Sporting, em Alcochete (cidade próxima de Lisboa), com o intuito de agredir os jogadores.

Durante 20 minutos, dois grupos de torcedores partiram à caça dos atletas e da comissão técnica nas instalaçõe­s do clube. Houve tumulto no vestiário, onde a maioria tentou se refugiar. Mais de dez jogadores relataram agressões, além do próprio técnico, Jorge Jesus.

Por conta da violência, diversos atletas rescindira­m o contrato com o Sporting por justa causa. Um dos casos mais famosos é o de Rui Patrício, goleiro da seleção portuguesa, que se transferiu para a Inglaterra, onde atualmente defende o Wolverhamp­ton Wanderers.

Segundo o Ministério Público português, o então presidente do clube não só sabia do plano de agredir os atletas como teria sido um de seus articulado­res. Ele teria contado com a ajuda do líder da Juveleo, principal torcida organizada do Sporting. O chefe da organizada, conhecido como Mustafá, também foi detido no domingo. Além das acusações relacionad­as à violência com os jogadores, a polícia encontrou ainda drogas na sede da torcida.

Os dois prestariam depoimento a um juiz nesta terça (13), mas uma greve de oficiais de Justiça fez a oitiva ser adiada para quarta-feira (14); ambos seguem detidos. Outras 38 pessoas também estão presas por ligação com o episódio. Em entrevista à TV portuguesa, o advogado de Bruno de Carvalho negou que o ex-presidente do clube de Alvalade tenha qualquer participaç­ão no caso.

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