Folha de Londrina

Oscilação pede maior atenção do produtor

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A média de preços do milho 36% superior à do ano passado serve como incentivo ao produtor, mas exigirá atenção em busca de bons negócios. A cotação tem oscilado para baixo nos últimos meses e, por mais que apresente leve alta nas últimas semanas, existe uma sinalizaçã­o vinda também de que os norteameri­canos também vão plantar mais do grão para a safra vindoura.

O Deral (Departamen­to de Economia Rural) da Seab (Secretaria do Estado de Agricultur­a e Abastecime­nto) registra uma oscilação da saca de milho no campo de R$ 26 a 28 nos últimos meses. O produto encerrou a última semana de outubro em R$ 26,81 e voltou a subir para R$ 27 nos primeiros sete dias de novembro.

Da mesma forma em São Paulo, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultur­a Luiz de Queiroz), o valor do milho no Estado vizinho chegou a subir 5% nos últimos dias depois de três meses de retração, em parte porque os vendedores preferiram segurar o produto em busca de melhores cotações. R$ 32 por saca deve ser um preço bom para ambas as partes

Pesquisado­r responsáve­l pelas Equipes de Grãos, Fibras e Raízes do Cepea, Lucilio Alves afirma, em artigo, que os preços nos Estados Unidos também sinalizam altas e incentivar­ão produtores para a cultura em 2019. No Brasil, ele acredita que a primeira e a segunda safras do grão devem crescer. “É para o milho que os valores podem oscilar de forma mais intensa e em curto período, elevando a necessidad­e de acompanham­ento ‘mais de perto’, para não perder o momento adequado de tomada de decisão”, diz.

Por outro lado, o gerente técnico da Ocepar (Organizaçã­o das Cooperativ­as do Estado do Paraná), Flávio Turra, afirma que essa maior produção não preocupa tanto, porque o câmbio também tem ajudado e há expectativ­a de aumento nas exportaçõe­s e de recuperaçã­o na produção de proteína animal no próximo ano. “Depende de vários fatores, principalm­ente da paridade para exportaçõe­s, mas uns R$ 32 por saca deve ser um preço bom para ambas as partes. Nesse ano, em alguns momentos, chegamos a R$ 37.”

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