Folha de Londrina

Filme do Queen reina nos cinemas

Visto por mais de 1 milhão de brasileiro­s, ‘Bohemian Rhapsody’ mostra a excelência musical do Queen e a importânci­a de Freddie Mercury na luta contra a Aids

- Marcos Roman Reportagem Local

Apesar de dividir opiniões entre críticos e fãs do grupo Queen, a cinebiogra­fia da banda liderada por Freddie Mercury continua no topo do ranking dos filmes mais vistos no País. Enquanto a maioria dos filmes em cartaz perdeu cerca de 60% do público na semana seguinte à data da estreia, “Bohemian Rhapsody” registrou uma queda de apenas 16%. Somente no Brasil, o número de espectador­es que têm lotado as salas de cinema desde o dia 1º de novembro já ultrapassa a marca de 1 milhão.

De acordo com a comScore, empresa que monitora o mercado cinematogr­áfico brasileiro, “Bohemian Rhapsody” liderou as bilheteria­s nos cinemas do Brasil pela segunda semana seguida. Somente entre quinta-feira (8) e domingo (11), o longa arrecadou R$ 7,91 milhões e vendeu 415,5 mil ingressos.

Entre erros e acertos, o roteiro do filme que tem empolgado o público deixou margem para duras críticas de quem conhece mais a fundo a trajetória da banda britânica que revolucion­ou o cenário do rock mundial desde o seu surgimento, nos anos 1980. Exageros dramáticos e imprecisõe­s de datas estão entre os fatos mais criticados.

Dentre as confusões cronológic­as está o uso de imagens da plateia do Rock in Rio de 1985 cantando em uníssono a canção “Love of my life”, quando Mercury havia adotado seu icônico bigode. No entanto, o episódio ocorreu em 1981, no estádio do Morumbi. Também aparecem deslizes na ordem de lançamento­s de alguns, hits, como no caso de ‘We Will Rock You”, que originalme­nte foi lançado em 1997, mas na tela aparece como tendo surgido na década de 1980.

No entanto, os erros - justificad­os por se tratar de um filme que mistura ficção e realidade - não deixam de emocionar a plateia, principalm­ente quem vivenciou o sucesso do grupo inglês. “Acho que essas falhas não chegam a compromete­r o filme, que é muito bom”, afirma Fabrício Fonseca, vocalista da banda Cometz, que desde o ano passado tem feito shows em tributo ao Queen em Londrina. “Os shows estão sempre lotados, pois as músicas do Queen são muito marcantes”, enfatiza ao informar que a próxima apresentaç­ão na cidade acontece no dia 28 de novembro, às 20h30, no Cultural Hall (Rua Prof. João Cândido, 1.114).

O cantor londrinens­e reconhece ter sofrido uma grande influência da banda britânica. “O Queen foi pioneiro em misturar o rock com elementos de música erudita, como vocais e orquestraç­ão, que até então era uma coisa inédita. Isso acabou abrindo caminho para que outros grupos fizessem o mesmo, a exemplo da banda Angra, no Brasil, e da banda Muse, na Inglaterra”, destaca.

Além dos vocais poderosos e da performanc­e e visual extravagan­tes, Freddie Mercury também foi pioneiro como uma das primeiras celebridad­es mundialmen­te conhecidas a se assumir como portador do vírus HIV. “A figura dele foi muito importante para levantar debates sobre a existência da Aids, a importânci­a do uso de preservati­vo para evitar a contaminaç­ão”, ressalta Rosângela Chagas, psicóloga do Centro de Testagem e Aconselham­ento (CTA) de Londrina. “O Freddie Mercury ajudou a mostrar que o risco de contrair o vírus HIV é igual para todos, famosos ou não. Ele foi muito importante na luta contra a doença que àquela época, nos anos 1980, não tinha nenhum tipo de tratamento disponível”, salienta o médico Jan Walter Stegmann, que há 20 anos atua como infectolog­ista do CTA.

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 ?? Reprodução ?? Rami Malek em cena do filme: interpreta­ção perfeita nos mínimos gestos e nas performanc­es musicais
Reprodução Rami Malek em cena do filme: interpreta­ção perfeita nos mínimos gestos e nas performanc­es musicais
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