Cooperativismo para todos
Emater e Ocepar formam parceria para garantir apoio técnico e formatar viabilidade para ao menos 70 associações de agricultores familiares no Estado
AEmater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) e a Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná) anunciaram na segundafeira (19) uma parceria para colaborar com a organização de grupos associativistas de pequenos produtores, com todo o apoio técnico para gestão e composição. Os recursos para custear as ações de campo virão da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), que fornecerá R$ 5,6 milhões, e o objetivo é ampliar a produtividade e melhorar a renda regionalmente.
Inicialmente, serão atendidas cerca de 70 organizações, entre cooperativas e associações de agricultura familiar, de todas as regiões paranaenses. A seleção foi feita pela Emater e representa grupos já formados e que enfrentam algum grau de dificuldade ou fragilidade na gestão. Historicamente, o órgão participou da formação de cooperativas no Estado e conta com 315 novos extensionistas contratados em 2016 e 2018.
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, afirma que a entidade terá atuação pragmática na parceria, para garantir a sobrevivência das cooperativas formadas. Ele lembra que já existe o programa Procoop, que presta apoio a pequenas cooperativas com orientações desde a instituição até o registro.
O representante da Ocepar cita cinco obrigações no trabalho de fortalecer os grupos de produtores. O primeiro é a identificação da necessidade de infraestrutura, seguida pela formação de um grupo de agricultores realmente interessado e compromissado com o trabalho. Depois, diz que é preciso fazer a análise de viabilidade econômica, a adequação à legislação e, por fim, montar uma gestão profissionalizada. “Esse é o segredo do sucesso de uma cooperativa, o pragmatismo”, diz.
Ricken considera que há potencial, por exemplo, para uma associação maciça de hortifrutigranjeiros no Estado. “É um setor que estava carente de organização, com pequenas cooperativas, mas isoladas em suas regiões”, diz. Esse é um exemplo em que a demanda existe e que, por isso, é viável. “Não acreditamos na expansão do número de cooperativas, mas na integração de projetos que deem aos produtores os resultados que precisam”, explica.
A possível expansão com agroindústria, cita o superintendente da Ocepar, é consequência. “Não temos de começar pelo pensamento de ofertar produtos, mas de atender demandas que enxergamos no mercado”, diz.
GESTÃO
O diretor-presidente da Emater, Richard Golba, afirma, por meio de nota, que o foco será na profissionalização da gestão das organizações. “O objetivo é que elas superem os obstáculos e se fortaleçam, com apoio dos extensionistas da Emater, por meio de boas práticas de gestão, que tornem-se sólidas e autossuficientes, de forma que sejam capazes de enfrentar o mercado altamente competitivo dos produtos agropecuários”, diz.
A iniciativa contempla a meta da Emater de articular e coordenar o Plano Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural. Conforme ocorra a execução dos trabalhos, a Anater desembolsará os recursos necessários. “A Ocepar é reconhecida e se destaca pela excelência em gestão de cooperativas, e essa expertise é fundamental para o êxito desta missão de fortalecer a agricultura familiar e promover o desenvolvimento rural sustentável”, afirma Golba.
É um setor que estava carente de organização, com pequenas cooperativas, mas isoladas em suas regiões”