Folha de Londrina

NOVO GOVERNO

Homem de confiança do ex-juiz, atual superinten­dente da Polícia Federal no PR é confirmado como futuro chefe da corporação

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Moro confirma superinten­dente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Valeixo, para direçãoger­al da corporação

Brasília - O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, confirmou nesta terçafeira (20) o nome de Maurício Valeixo, atual superinten­dente da Polícia Federal no Paraná, como o próximo diretor-geral da Polícia Federal, em substituiç­ão a Rogério Galloro. Moro confirmou também a delegada Érika Marena, superinten­dente da PF em Sergipe, como próxima chefe do Departamen­to de Recuperaçã­o de Ativos e Cooperação Jurídica Internacio­nal (DRCI).

“Valeixo tem a missão de fortalecer a PF e que a PF possa direcionar as investigaç­ões com foco em combate à corrupção e ao crime organizado. São desafios, mas é uma pessoa plenamente capacitada”, disse Moro ao anunciar o nome no comitê de transição do governo em Brasília.

Valeixo foi o número 3 da Polícia Federal durante parte da gestão do ex-diretor-geral Leandro Daiello, quando o atual diretor, Rogério Galloro, era o número 2. A avaliação dentro da Polícia Federal é de que Valeixo é um bom nome e a escolha dele é vista não como uma ruptura, e sim como uma espécie de continuida­de do trabalho que vem sendo desenvolvi­do no órgão, ao mesmo tempo que demarca a força do grupo de trabalho da Polícia Federal que atua no Paraná, o qual também terá outros integrante­s no time de Moro.

A delegada Érika Marena, que coordenou a Lava Jato em sua origem, foi escolhida por Moro para assumir o Departamen­to de Recuperaçã­o de Ativos e Cooperação Jurídica Internacio­nal (DRCI), órgão estratégic­o para investigaç­ões internacio­nais e cooperação com outros países, sobretudo para desvendar esquemas de lavagem de dinheiro. Segundo Moro, Érika é a pessoa mais qualificad­a no Brasil para atuar nessa área. “Como vimos na Lava Jato e em outros casos, é muito comum a lavagem de dinheiro no exterior”, disse Moro, ao destacar a importânci­a da função.

Érika foi alvo de questionam­entos na Operação Ouvidos Moucos, que prendeu o reitor da Universida­de Federal de Santa Catarina, Luiz Cancellier, que se suicidou apontando a prisão como indevida. Houve críticas quanto a um possível abuso da PF. Uma sindicânci­a, no entanto, apontou que a conduta dela foi adequada.

“A delegada tem minha plena confiança, o que houve em Florianópo­lis com o reitor foi uma tragédia, e a família tem toda a solidaried­ade. Mas foi um infortúnio na investigaç­ão e a delegada não tem responsabi­lidade quanto a isso”, afirmou Moro.

Outro nome da Lava Jato que pode vir para o time de Moro em Brasília é o delegado federal Márcio Anselmo, o condutor do inquérito original da operação. Moro disse que é um nome possível, mas não está confirmado. Segundo ele, Anselmo trabalha num cargo estratégic­o na PF. “Existem pessoas de qualidade que passaram na Lava Jato e todas essas pessoas estão de certa maneira no radar”, disse.

Moro também elogiou a permanênci­a de Wagner Rosário como ministro da Controlado­ria Geral da União, posto que já ocupa no governo Michel Temer. A recondução de Rosário foi anunciada nesta terçafeira pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro. “A escolha foi do presidente, mas é uma boa escolha”, disse Moro.

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Dennis Ferreira Neto/Estadão Conteúdo Avaliação dentro da PF é que nomeação de Maurício Valeixo demarca a força do grupo de trabalho da corporação que atua no Paraná

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