Folha de Londrina

Pesquisa mostra pouca empolgação do consumidor com Black Friday

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Sondagem realizada pela Fecomércio PR (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná) mostra que a maioria dos paranaense­s não deve comprar na Black Friday, que ocorre nesta sextafeira, 23 de novembro. Quase 55% dos entrevista­dos disseram não estarem motivados para a data.

Mas o varejo está otimista e afirma que o movimento emprestado do comércio e serviços norte-americano vem se firmando gradativam­ente. A pesquisa aponta que 34,8% dos consumidor­es acreditam nos benefícios reais da promoção. Em 2017 praticamen­te o mesmo percentual (35%) de paranaense­s apresentav­a sentimento otimista em relação à semana de promoções. Em 2016, era de 29%.

Dos paranaense­s ouvidos na sondagem, 21,3% relatam que compram mais na Black Friday do que em épocas normais; 46,6% disseram não sofrer esse tipo de influência, e 32,1% afirmam que, dependendo, podem comprar além do habitual.

De acordo com o site oficial da Black Friday, a data deve movimentar R$ 2,5 bilhões este ano - alta de 19% frente ao ano anterior. No ano passado, os setores mais movimentad­os pela promoção foram o de móveis, decorações e utilidades domésticas, que ampliaram as vendas em 26,53% em relação a outubro; óticas, cinefoto-som, com alta de 15,46%; além das lojas de departamen­tos (8,79%), materiais para construção (6,28%), vestuário e tecidos (5,04%) e o setor de veículos (5,04%).

Segundo pesquisa realizada pela CNDL (Confederaç­ão Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) o ticket médio deve ficar em R$ 1.146. Entre os consumidor­es ouvidos pela pesquisa, 32% pretendem gastar mais - sete pontos percentuai­s acima do previsto em 2017 -, outros 32% gastar menos e 24% desembolsa­r o mesmo valor.

Os dados mostram que a grande maioria (95%) faz pesquisa de preços antes de comprar, sendo que 53% procuram se certificar de que os produtos estão realmente em promoção e 42% procuram lojas em que os produtos estão mais baratos.

O levantamen­to de preços é importante para não cair em promoções fakes. “Faça o comparativ­o de preço, porque às vezes você encontra preços mais baratos nas lojas da sua cidade (falando de compras on-line). É preciso ter um parâmetro de preços”, orientou Ricardo Teixeira, coordenado­r do MBA em Gestão Financeira da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O especialis­ta alerta que os brasileiro­s devem ficar atentos para não complicar a sua saúde financeira no fim do ano. “Não faça compras por impulso. Faça uma lista do que você realmente está precisando e quanto você dispões para gastar. Revise suas contas. Assim você terá mais claras quais são as suas possibilid­ades financeira­s”, disse Teixeira.

Além do preço atrativo, o consumidor deve avaliar a melhor forma de pagamento. “Caso

Sondagem aponta que 54,1% dos entrevista­dos não devem aproveitar as promoções da data

você não tenha como pagar o valor total e escolha parcelar a compra no cartão de crédito, evite parcelas com juros”, aconselhou o especialis­ta.

CUIDADOS

O professor de Direito do Consumidor do CERS Cursos Online, Cristiano Sobral, alerta para problemas que o consumidor pode encontrar durante a promoção como a venda de produtos com avarias, resultante­s de lotes que ficam parados ao longo do ano e que algumas lojas aproveitam para colocar à venda. “É importante que as pessoas saibam que isso são práticas citadas em artigos da legislação e que elas podem e devem se proteger contra elas”, indicou Sobral.

Assim como ficar de olho nos preços e sempre conferir a integridad­e dos produtos, outra dica importante é evitar as compras por impulso. Com a inúmera variedade de ofertas que podem ser encontrada­s, os consumidor­es correm o risco de se empolgarem e acabarem se arrependen­do depois.

“Para os casos de arrependim­ento, uma dica é ficar atento aos alertas dos lojistas a respeito das trocas e devoluções. No caso das compras on-line, o cliente tem até sete dias para cancelar a compra e solicitar o reembolso mediante a devolução dos produtos”, explicou.

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Gustavo Carneiro De acordo com o site oficial da Black Friday, a data deve movimentar R$ 2,5 bilhões este ano - alta de 19% frente ao ano anterior

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