Caem emissões do efeito estufa
Daiane Cristina Freire dirigia embriagada quando atingiu moto com dois ocupantes, em maio, em cruzamento perto do Conjunto Cafezal, na zona sul
Odepoimento da técnica em análises clínicas Daiane Cristina Freire, 37, na 1ª Vara Criminal de Londrina foi adiado para segunda-feira (26). Ela é acusada por homicídio doloso eventual por ser responsável pelo acidente que matou Eliede dos Santos Oliveira, 42, e Jean Goulart Camargo, 26, na madrugada do dia 1ºde maio, na esquina das avenidas Guilherme de Almeida com Dez de Dezembro, na zona sul. Segundo a denúncia do Ministério Público, a motorista dirigia “com sua capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool” e “em velocidade acima da permitida pela via” quando atingiu a moto das vítimas. A decisão do adiamento foi causada pela ausência de uma das testemunhas, o policial militar Fernando Ferreira da Costa. Sua colega do 5º BPM, a também testemunha Débora Maria Melendes, compareceu à audiência. Familiares das duas vítimas se reuniram no Fórum com camisas e faixas para protestar pedindo justiça.
Esta foi a primeira vez os familiares e Daiane estiveram frente a frente. A viúva de Eliede, Andréia Machado da Silva, estava muito emocionada, acompanhada dos filhos de 10 e 7 anos. “Estamos aqui cobrando a justiça pelo que ela fez. Dirigia embriagada, em alta velocidade e ainda avançou o sinal vermelho. Mas nada trará meu marido de volta. Me senti paralisada em estar à frente dela”, afirmou. Já a mãe de Jean, Susete Goulart, permaneceu a todo momento chorando, sem condições nem mesmo de falar. A irmã dela, Eliana Alves, falou sobre a transformação passada na vida de Susete. “Desde que meu sobrinho morreu ela está em depressão profunda, vive à base de medicamentos e já tentou se matar algumas vezes. Não pode ficar sozinha, a situação é desesperadora”, relatou.
Ambas as famílias acompanharam a audiência e os depoimentos das testemunhas dentro da sala de audiência. Além da policial militar, uma colega de trabalho de Daiane e o frentista de um posto de combustíveis próximo ao local do acidente prestaram depoimento para a juíza substituta Claudia Andrea Bertolla Alves. O frentista esclareceu à magistrada a dinâmica dos primeiros momentos após o acidente. Ele ainda afirmou que viu a ré saindo do carro e que ela teria tentado prestar os primeiros socorros. “Tentou fazer massagem cardíaca, mas pessoas que estavam no local avisaram que eles poderiam estar feridos e por isso parou”, afirmou a testemunha. A versão foi rejeitada pelos parentes das vítimas que fizeram um protesto depois da audiência na frente do fórum, que afirmavam que a motorista teria tentado fugir da cena do acidente.
Depois dos depoimentos cabe a Justiça a decisão se Daiane Cristina Freire será levada a juri popular. O advogado instruído pelas famílias, que auxilia o Ministério Público na acusação, Mário Barbosa, está convicto que as provas e especialmente o vídeo que mostra o momento do acidente serão fundamentais para a decisão. O advogado da ré, Thiago Issao Nakagawa, questiona os dados da perícia em relação à velocidade do carro. Laudo do Instituto de Criminalística aponta que as vítimas foram jogadas da moto a 35 e 39 metros de distância, após serem atingidas pelo carro, que estava a 82 km/h. A velocidade máxima permitida pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) no local é de 60 km/h.
No dia do acidente, a motorista chegou a ser presa e autuada por embriaguez ao volante. O laudo médico apontou que ela bebeu dez vezes a mais do que o permitido por lei. O limite de álcool no bafômetro previsto na Lei Seca é de 0,05 mg/l. O teste de Daiane apontou 0,51 mg/l. Ela ficou presa por quatro dias, mas pagou fiança de R$ 3.180 e passou a responder pelo crime em liberdade. Ela precisa comparecer mensalmente à Justiça e não pode viajar sem avisar.
OUTRO CASO
Foi marcada para o dia 7 de dezembro audiência do caso de Luciana Martins Siqueira, 32, acusada de matar o motociclista Júlio César Fontana, 41, no dia 14 de agosto. A decisão é da juíza de direito Claudia Andrea Bertolla Alves. O teste do bafômetro constatou 0,64 miligramas de álcool por litro de ar expelido o que caracteriza que Luciana estava embriagada no momento da colisão. Devido aos ferimentos, ela ficou três dias internada na UTI do Hospital do Coração, se apresentou à polícia, foi solta após pagar fiança no valor de R$ 3.180,00, conforme decisão do juiz da 4ª Vara Criminal, Luiz Valério dos Santos. A motorista também teve a carteira de motorista cassada e está proibida de dirigir por um ano.(Colaborou
Edson Neves)