Folha de Londrina

INDIGNAÇÃO -

- Phillippe Watanabe Folhapress

O depoimento de Daiane Freire, acusada de causar acidente de trânsito que matou Eliede Oliveira e Jean Camargo há 6 meses em Londrina, foi adiado. Familiares das vítimas protestara­m no fórum.

São Paulo - As emissões brasileira­s de gases do efeito estufa caíram 2,3% em 2017 em comparação com o ano anterior, segundo dados do Seeg (Sistema de Estimativa­s de Emissões de Gases de Efeito Estufa), divulgados na manhã desta quarta (21), em São Paulo.

A queda foi puxada pela diminuição de 12% no desmatamen­to na Amazônia no ano passado, mas o aumento de 11% no desmatamen­to no Cerrado impediu que a redução fosse maior. Além disso, quase todos os outros setores da economia tiveram aumento nas emissões em 2017, ano em que o Brasil começou a sair da recessão.

O total de gases emitidos pelo Brasil no ano passado foi de 2,07 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalent­e - unidade de medida que soma adequadame­nte os valores de todos os tipos de gases emitidos em 2017 contra 2,12 bilhões no ano anterior. “Na prática as emissões estão paradas. Estamos patinando”, declarou Tasso Azevedo, coordenado­r do MapBiomas (projeto que estuda e produz informaçõe­s sobre o uso do solo no Brasil) na ONG Observatór­io do Clima.

O pesquisado­r destaca que o Brasil hoje tem um volume de emissões próximo ao que foi registrado em 1990. “Há duas maneiras de ler isso: se você está com as mesmas emissões de 1990, comparando a outros países em desenvolvi­mento, é um sucesso. Mas se você olhar para a evolução das emissões, tirando mudança de uso da terra, elas são crescentes”, disse Azevedo. “E as nossas emissões durante todo esse período têm sido emissões per capita superiores às do mundo. A gente contribui para aumentar a média do mundo.”

A agropecuár­ia continua sendo a grande emissora brasileira de gases-estufa, com cerca de 70% delas. Desses, 46% se referem a mudanças do uso da terra (leia-se desmatamen­to) e os outros 24% são de emissões diretas dos rebanhos. Além do menor desmatamen­to, a queda nas emissões do setor pode ser associada ao maior consumo de carne.

Cirino Costa Junior, da ONG Imaflora (Instituto de Manejo e Certificaç­ão Florestal e Agrícola), que é parte do Observatór­io do Clima, diz que a redução rela- tiva ao ano passado não pode ser vista como uma tendência de queda. “Estamos vivendo um ciclo. Quando aumentamos os abates de animais, as emissões caem, e quando se diminuem os abates as emissões aumentam porque elas estão relacionad­as à quantidade de animais que há no pasto”, disse o especialis­ta da Imaflora. A pecuária sozinha representa 75% das emissões relacionad­as ao agronegóci­o e cerca de 15% das emissões nacionais.

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