Transição
A transição em andamento, na perspectiva política, é entre Beto Richa (já que a maioria dos integrantes da comissão é daquele governo) e Ratinho, por sinal um dos secretários mais promocionais do sistema. Essa circunstância, que reduz o peso do governo Cida Borghetti, torna o processo desequilibrado na medida em que sua tonalidade simplesmente se esvai. Isso não impediu que a governadora, com muita prudência, recomendasse cautelas na questão de negociar a redução da participação orçamentária dos demais poderes. Dificilmente aquilo que se pode obter na Assembleia (queda de 3,1% para 2,5% ) se conseguirá com o Judiciário e até o Ministério Público às voltas com concursos públicos e obras.
Transformar essa operação em faz-de-conta não pega bem ante os compromissos feitos pelo candidato. Se é verdade que Cida se saiu mal no processo eleitoral, não se pode esquecer que muito pior foi a situação de Beto Richa no Senado, na qual praticamente perdeu de todos, o que coloca em realce o vitorioso e o vínculo que teve com o presidente e um dos senadores eleitos, Oriovisto Guimarães.
O Paraná perdeu o quarto posto em renda interna para o Rio Grande do Sul, conforme os dados do IBGE de 2016, no qual aparecemos em economia industrial perdendo na região meridional com 15,3% de participação contra 16% dos gaúchos e 19% dos catarinenses.
De qualquer forma, saliente-se que para fazer mais com menos Ratinho precisa de ações que mexam no orçamento dos demais poderes, de forma negociada e respeitando sua autonomia, e processe a lipoaspiração prometida na máquina estatal obesa e, como temos visto, também razoavelmente corrupta.