Folha de Londrina

Cultivando cidadania

Alunos fazem o plantio de mudas de árvores junto à nascente do córrego Carambeí; ação contribui para revitaliza­ção de fundo de vale

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Cerca de 50 alunos do terceiro ano da Escola Municipal Professora Maria Irene Vicentini Theodoro realizaram na manhã de quarta-feira (21) o plantio de 50 mudas de árvores junto à nascente do córrego Carambeí, localizado junto aos bairros Kobayashi, Morar Melhor e Nova Conquista (zona leste de Londrina). O córrego deságua no ribeirão Cambezinho, dentro do parque Arthur Thomas (zona sul), e este é um dos afluentes do rio Tibagi. A atividade integra um projeto desenvolvi­do na escola que tem o objetivo de promover a consciênci­a cultural e ambiental nos alunos, além de trazer melhorias à comunidade em que está inserida.

Os alunos logo fizeram da ação uma atividade lúdica. Todos passaram a correr pela área e se empolgaram com o plantio. As estudantes Isabela Rodrigues e Mariana Bazzo Salina, ambas de 8 anos, realizaram a atividade juntas. Elas ressaltara­m que esse plantio é bom para o ambiente. “É importante para preservar o córrego e a natureza, porque sem elas a gente não vive”, ressaltou Salina.

Outro aluno empolgado foi Kauan Vinícius Oliveira de Moraes, 9. Ele também reforçou a mensagem de que plantar as árvores é uma ação boa para a comunidade. “Existem árvores que formam uma boa sombra, tem outras que dão frutos para a gente alimentar”, explicou. “Eu moro no bairro, a uma rua daqui. Se melhorarmo­s aqui poderei brincar mais nesse espaço. Eu me lembro que aqui era muito sujo. Antes acumulava água no lixo e isso pode ajudar a criar o mosquito da dengue”, apontou.

“A gente vai preservar a nascente do córrego e isso é bom para proteger o meio ambiente. É muito bonito esse lugar. As pessoas que virem a gente plantando vão querer copiar. Vão se sentir incentivad­as a fazer o mesmo. Antes esse espaço estava abandonado, mas a comunidade está ajudando a melhorar aqui”, ressaltou Artur Gabriel Wathier, 9, aluno do terceiro ano.

A diretora Deise Macedo Reis Cavalcanti explicou que a escola sempre se preocupou com a questão ambiental. “Desde 2012 fazemos uma campanha para recolher lixo no fundo de vale. Já retiramos dois caminhões de lixo. O Tiro de Guerra também ajudou na época. Já é a terceira vez que realizamos o plantio de mudas no fundo de vale para preservar a nascente do córrego Carambeí”, afirmou. O local, que era um brejo, foi aterrado por iniciativa da prefeitura e posteriorm­ente passou por um processo de revitaliza­ção com recursos federais.

“A iniciativa irá criar mais um espaço de lazer. Já plantamos árvores frutíferas, ornamentai­s e nativas”, ressaltou a diretora. Ela destacou que as 50 mudas plantadas nesta quarta-feira foram posicionad­as às margens do córrego para recompor a mata ciliar. “Grande parte dos alunos mora na comunidade e poderá ter a oportunida­de de cuidar e regar as plantas, para eles poderem crescer com essa consciênci­a ambiental”, observou. Segundo ela, um dos pais doou regadores que já foram distribuíd­os entre os moradores para fazer esse trabalho de irrigação.

Segundo a professora Márcia Rejane Piotto, coordenado­ra do projeto, a atividade integra o projeto “Londrina e Terras Indígenas - semeando saberes e partilhand­o sementes”, desenvolvi­do na escola desde 2017. “Esse projeto já foi premiado pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná), Copati (Consórcio para Proteção Ambiental da Bacia do Rio Tibagi)”, enumerou. Ela explicou que a iniciativa tem como objetivo promover a consciênci­a cultural e ambiental nos alunos, além de trazer melhorias à comunidade em que está inserida.

“Os alunos também realizam pesquisas em sala, e desenvolve­m trabalhos voltados à reciclagem. Entre as produções estão bancos, vassouras e brinquedos criados a partir de garrafas pet e sabão feito com óleo de cozinha usado”, explicou, ressaltand­o que os trabalhos sempre envolvem as famílias no debate sobre a sustentabi­lidade e preservaçã­o dos recursos do planeta. “Nós fizemos um estudo sobre o lixo orgânico e os resíduos sólidos e descobrimo­s que existem ilhas de lixo em meio ao oceano, e lixões a céu aberto em Londrina, isso tem motivado todos a trabalhar e pensar em uma cidade diferente.”

Às margens do córrego Carambeí foram plantadas várias espécies, entre elas o ipê e a araucária. “Isso tem mudado a mentalidad­e da comunidade, não só dos alunos. Os pais e demais moradores da região têm se engajado junto às crianças”, afirmou a professora.

O pai de uma das alunas, Jeferson Luiz Cordeiro, atua como coletor de lixo e destacou a importânci­a do projeto. “Minha filha tem sete anos. A participaç­ão da comunidade é importante porque compartilh­amos esse espaço. Temos plantado árvores, cultivado hortas e feito a limpeza do local. É para a melhoria da comunidade esse cuidado com o ambiente”, destacou. Ele afirmou que antes do projeto o local estava bastante degradado. “Não tinha árvores plantadas e era um local que estava abandonado. Tinham muitos cavalos, lixo e entulho. A gente faz o melhor para o futuro de nossos filhos. Com essa educação ambiental os filhos aprendem a cuidar do bairro”, destacou.

“A gente vai preservar a nascente do córrego e isso é bom para proteger o meio ambiente”

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Fotos: Gina Mardones A atividade realizada na manhã de quarta-feira faz parte de um projeto desenvolvi­do na Escola Municipal Professora Maria Irene Vicentini Theodoro e que tem o objetivo de promover a consciênci­a cultural e ambiental
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