A magia e a ciência das cores
Marco Jacobsen, cartunista e ilustrador da FOLHA, lança livro infanto-juvenil em Londrina; o autor aborda a aplicação das cores na indústria gráfica de forma lúdica
Odom descoberto ainda na infância de transformar traços em desenhos segue firme até hoje na vida do cartunista, ilustrador, tatuador e escritor Marco Jacobsen. Colaborador da Folha de Londrina desde 2004 com charges políticas e tirinhas do Theo, ele ingressa, agora, no universo infanto-juvenil. Autor da coletânea de cartuns “Confesso” (2007) e “Lendas Brasileiras - Natureza Viva” (2009), o artista gráfico faz sua estreia no gênero com a fábula “Onde Estão as Cores” (2017), pela editora Pensa Mais, cujo lançamento em Londrina ocorre no evento “Encontro com o Autor” neste sábado (24), às 10h, na Loja Ciranda. No local, haverá sessão de autógrafos e bate-papo com o autor.
A inspiração para o livro veio dentro de casa, quando certo dia criou uma história para sua filha superar um medo. Na época, ela tinha apenas 5 anos; hoje está com 25 anos. “Onde Estão as Cores?” é um conto de fadas que mistura mistério, humor e amor pelas cores. Em uma fábula engraçada, o livro se apoia, portanto, em uma história de conto de fadas moderno em que um reino preto e branco é transformado em um lugar colorido do dia para a noite. Porém, num determinado momento, as cores desse reino somem e toda a narrativa, então, volta-se para desvendar o mistério. O texto é todo feito pelo autor, bem como as ilustrações.
“Um rei vivia muito triste até que passa a conhecer as cores. Fica tão feliz que decide criar a Editora dos Gnomos para espalhar as cores por todo o reino. Mas, de um dia para o outro, essas cores vão desaparecendo e o rei quer, a qualquer custo, desvendar quem está roubandoas. E aí que começa o mistério.” De forma divertida e lúdica, Jacobsen conta, ainda, sobre o sistema de cores usado na indústria gráfica. “Aos poucos, também falo sobre a chegada do CMYC, que é a base padrão utilizada para impressão das cores nos livros. Acaba sendo um guia de como é feita a impressão das cores no papel que parte das cores primárias”, explica ele, acrescentando que, ao final do livro, há uma tabela explicativa.
Segundo Jacobsen, apesar da história ter sido criada por ele há mais de vinte anos, somente em 2009 pensou em colocá-la no papel. “Já ilustrei dezenas de livros infantis de outros autores, porém, ilustrar a minha própria história foi um desafio. Tinha uma ideia gráfica de onde queria chegar, mas não foi tão simples. A primeira tentativa foi fazer os desenhos em pintura em acrílico, mas não ficaram bons. Tentei em técnica de aquarela e também não gostei. Só depois de alguns anos retomei o projeto e decidi fazer os traços finos em preto, com as cores separadas”, detalha o autor e ilustrador.
Em um mundo cada vez mais digital, sobretudo com crianças que nasceram no universo totalmente tecnológico, ele diz que mais importante que a plataforma é a qualidade da história e a forma como o trabalho se apresenta. “Escrever para crianças é extrair a poesia das histórias, ao mesmo tempo em que a característica visual é sempre muito forte. Tanto para elas quanto para os pais, o atrativo é ser uma história envolvente, em que a fantasia traga mistérios e humor.” O autor já está trabalhando em outro livro infantil que deve ser lançado no próximo ano. Nascido em Santos, viveu boa parte da vida na cidade de Cornélio Procópio e, há algumas décadas, escolheu Curitiba para viver.