Folha de Londrina

Orçamento e cortes de ministério­s devem entrar em pauta

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Para o deputado federal Enio Verri (PT-PR), dois assuntos devem dominar a pauta nas próximas semanas: a votação do orçamento e a estruturaç­ão do novo governo. Como o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pretende reduzir o numero de ministério­s, as alterações precisam passar pelo Congresso. Na avaliação do petista, a reforma da previdênci­a e, muito provavelme­nte, a reforma tributária, devem ser analisadas apenas no ano que vem.

“Faltam apenas três semanas e não daria tempo de fazer esse debate em plenário, para depois ir ao Senado. Haverá uma última tentativa do deputado Hauly (PSDB-PR) de votar a reforma tributária. Conversei com ele ontem , mas também acho improvável. O tempo vai estar voltado para a votação do orçamento, até por conta da preocupaçã­o da equipe de transição em mudar o organogram­a dos ministério­s. Acredito que a gente vai ficar muito preso nisso”, opinou.

Vice-presidente da Comissão Especial da Reforma Tributária, Verri disse que vê “com bons olhos” a proposta de Hauly, que é o relator. O texto do tucano propõe a simplifica­ção do sistema, unificando tributos sobre o consumo, de modo que a carga não aumente e que União, estados e municípios não percam arrecadaçã­o. “Acho uma proposta avançada. É claro que ele deixa de colocar algumas questões que considero importante­s, sobre a movimentaç­ão financeira, mas é uma proposta boa. Infelizmen­te, faltando três semanas, e precisando de um debate muito grande, acredito que não dará tempo de votar”.

ALTERAÇÃO NA LRF

Outra questão, que atende aos interesses dos municípios e pode sair do papel nos próximos dias, segundo o parlamenta­r, é uma alteração na LRF (Lei de Responsabi­lidade Fiscal). “Quando há queda abrupta na receita dos municípios, não serão cobrados os percentuai­s que a LRF cobra. Hoje, se a receita cai muito, a participaç­ão na folha de pagamento sobe. Aí se extrapola o limite imposto pela LFR e o Tribunal de Contas não emite a certidão. Com isso, a prefeitura não consegue captar recursos. Tem um debate que começa nessa semana sobre essa alteração e parece que vai caminhar bem”, adiantou.

Sobre a questão da nova estrutura de governo, o petista afirmou que haverá “muita briga”, mas é algo a ser colocado. “A posição do Partido dos Trabalhado­res dentro do governo Temer (MDB-SP) é a seguinte: o Brasil sofreu um golpe antidemocr­ático, o PT denuncia isso todos os dias - além do impeachmen­t, a prisão do Lula - e fazemos oposição. Entendemos que o Bolsonaro foi eleito, tem base social, e a população deu um recado muito claro ao PT: vamos eleger o Bolsonaro presidente, mas a maior bancada na Câmara será do PT, para fazer oposição e fiscalizar o governo. Esse é o recado que foi dado e o que pede a democracia”.

Em relação à redução de ministério­s, Verri contou que espera um posicionam­ento oficial do futuro governo. “Ainda não temos isso muito bem resolvido. Ele não apresentou um projeto. Fala em 15, mas acredito que vai dar mais. Vamos aguardar. A bancada vai se reunir com o corpo técnico e vamos tirar uma posição”.

Outra questão que pode sair do papel nos próximos dias é uma alteração na LRF

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