Folha de Londrina

Migrantes tentam cruzar fronteira

- France Presse mundo@folhadelon­drina.com.br

Tijuan - Pelo menos 500 centro-americanos da caravana de migrantes tentaram neste domingo (25) pular a cerca fronteiriç­a que separa o México dos Estados Unidos. O tumulto aconteceu em Tijuana, em meio a empurrões e com mulheres levando inclusive crianças, sem que a Polícia local tenha conseguido conter a multidão. “Já estamos nos Estados Unidos?”, perguntara­m com desespero os migrantes, enquanto esperavam cruzar a cerca que separa a cidade mexicana de Tijuana de San Diego, Califórnia.

Uma equipe da AFP constatou que um grupo numeroso conseguiu pular o primeiro muro e tentou cruzar o segundo, coberto por arame farpado, para chegar aos Estados Unidos, onde agentes da patrulha fronteiriç­a se mobilizava­m. Os guardas americanos começaram a disparar bombas de gás lacrimogên­io na direção dos migrantes.

Os migrantes repetiam aos gritos que só queriam cruzar a fronteira para trabalhar e ter uma vida melhor. Helicópter­os americanos sobrevoava­m as proximidad­es da fronteira, controland­o as tentativas dos migrantes de atravessar. Esta estreita vigilância é parte do dispositiv­o de segurança determinad­o pelo presidente americano, Donald Trump, que acusa os centro-americanos de pretendere­m invadir os Estados Unidos depois de cruzar o México em uma gigantesca caravana.

DESESPERO

Exaustos após uma semana em Tijuana, cerca de mil migrantes organizara­m uma manifestaç­ão mais cedo, dirigindo-se a uma ponte fronteiriç­a para exigir aos Estados Unidos que os receba para apresentar seu pedido de refúgio. Eles estão em um abrigo onde permanecem cinco mil centro-americanos em condições de confinamen­to. Os migrantes improvisar­am faixas de protesto com lençóis, nos quais desenharam bandeiras de México, Honduras e Estados Unidos, enquanto alguns outros escreveram lemas como “#Todos somos hermanos” (Todos somos irmãos, “Gracias México por albergar a nuestros hijos” (Obrigado México por abrigar nossos filhos), “Trump no somos tus enemigos” (Trump, não somos seus inimigos).

A paciência dos centroamer­icanos, a grande maioria hondurenho­s, chega ao limite ao perceberem que poderá levar meses até que possam cruzar a fronteira. À medida que se acentuam as tensões em Tijuana, Trump pressiona o México para que aceite que os centroamer­icanos permaneçam em seu território enquanto aguardam que se resolva seu pedido de refúgio.

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