‘Ela sempre sai do consultório com dúvida’
A atendente de farmácia Rute Silva Souza conhece os perigos da automedicação, mas o tempo de profissão e a rapidez das consultas nos postos de saúde fizeram com que ela optasse por assumir alguns riscos. “A gente espera duas horas para ser atendida e a consulta dura dois minutos. A gente não tem chance de perguntar muito para o médico e depois de esperar tanto pela consulta, com fome, sono e cansaço, às vezes até esquece de falar alguns sintomas. Então, eu imagino mais ou menos o que eu tenho e peço para o médico me dar uma determinada receita para eu poder comprar na farmácia porque sem a receita eles não vendem.”
Souza só age diferente quando a paciente é a filha. “Ela é muito pequenininha, então eu deixo o médico examinar e dar o diagnóstico. Mas a minha mãe, que tem 60 anos e não tem o costume de perguntar nada para o médico, sempre sai do consultório com dúvida. Eu mesma, quando a acompanhando às consultas, já saí com dúvida”, comenta a atendente.
O pintor Aureliano Itamar dos Santos diz que sempre confia no diagnóstico médico, mas aproveita bem o tempo das consultas para tirar todas as dúvidas sobre a doença e o tratamento proposto. “O paciente tem que ajudar, falar tudo porque é ele quem sente as dores. Mas o médico tem que explicar tudo direitinho também. Eu sempre pergunto até não ter mais dúvidas e sempre deram certo os tratamentos.”
A gente espera duas horas para ser atendida e a consulta dura dois minutos”