PARANAENSE VIROU LABORATÓRIO
Acabou a Série B no sábado (24) - para nós, tinha terminado uma semana antes. Depois de quatro técnicos e mais de 30 reforços em um ano, não dá para reclamar da campanha de 2018: com o time trocando o pneu com o carro andando, o desempenho do Londrina na Segundona foi mais do que digno.
Para 2019, o planejamento que se anuncia é uma reviravolta na comparação com este ano: ao invés de contratações no atacado, a ideia é valorizar a garotada e trazer apenas reforços pontuais. O Campeonato Paranaense, desprezado pela gestão alviceleste, será um laboratório para a Série B, o que é certo, considerando a deficiência técnica e financeira do Estadual.
Mas a dúvida que tenho é: não seria possível conciliar a montagem do elenco para a Segundona com essa política? Por mais que haja uma base, não haverá problemas de entrosamento quando o LEC do Paulista (Novorizontino) encontrar o do Paranaense (a molecada)?
Em todo caso, a escolha diz mais sobre a situação do Estadual do que sobre o Londrina. Depois dos clubes de Curitiba, os mais vitoriosos do Paraná, desprezarem o campeonato, agora nem as equipes do interior valorizam mais esse combalido centenário. Existe uma pressão da Globo para mudar o calendário do futebol brasileiro e diminuir as datas dos estaduais. Já passou da hora.
SELEÇÃO
Um amigo me disse por esses dias: “Nossa, não sabia que a seleção ia jogar! Só vi quando estava passando o jogo no bar”. Como o meu amigo deve fazer, não se preocupe com a seleção: ela também não se preocupa com você. Em 2018 inteiro, o selecionado nacional não jogou uma partida no Brasil. Desconfio que foi o único time que não fez um amistoso de despedida no próprio país antes de embarcar para a Copa da Rússia. E desconfio também que o catado do Tite só joga aqui nas Eliminatórias porque a Conmebol exige. Se assim não fosse, talvez mandasse as partidas em Londres ou Nova Jersey, que se tornaram sua verdadeira casa.
VÁRZEA
Conmebol quer enganar que organiza uma Liga dos Campeões, mas sai uma coisa mais parecida com o Paranaense. Dá para entender por que os sul-americanos não ganham mais mundiais - de seleções ou de clubes.
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