Folha de Londrina

Comércio se anima com injeção de R$ 466 mi do décimo terceiro

Valor é 5,4% maior do que em 2017 e traz ânimo aos comerciant­es para vendas de fim de ano

- Fábio Galiotto Reportagem Local

Levantamen­to do Dieese-PR aponta que o pagamento do 13o salário vai injetar R$ 466,3 milhões no comércio de Londrina. O valor é 5,4% maior do que o registrado no ano anterior. No Estado, serão R$ 8,8 bilhões, sendo que mais de 80% do montante ficará concentrad­o nas 40 cidades mais populosas. Ibiporã teve o terceiro maior cresciment­o do Paraná. Total de R$ 28,2 milhões é 14,9% maior que o de 2017

Oimpacto do pagamento do 13º salário somente de trabalhado­res de Londrina representa­rá R$ 466,3 milhões em 2018, 5,4% a mais do que em 2017, segundo levantamen­to feito pelo Dieese-PR (Departamen­to Intersindi­cal de Estatístic­a e Estudos Socioeconô­micos do Paraná). Serão quase 164 mil profission­ais registrado­s que receberão uma injeção de ânimo na conta bancária, o que anima também o setor do comércio para as vendas de fim de ano.

No Estado, o valor chegará a R$ 8,8 bilhões, com 81,9% desse montante, ou R$ 7,2 bilhões, concentrad­o nas 40 cidades mais populosas. A Capital ficará com 39,8% desse total, ou R$ 3,5 bilhões que chegarão a 873,9 mil trabalhado­res.

Na Região Metropolit­ana de Londrina, o destaque fica para Ibiporã. O município ficou com o terceiro maior cresciment­o no Estado em volume financeiro pago como 13º salário, com alta de 14,9% e uma soma de R$ 28,2 milhões, de acordo com o levantamen­to, que leva em conta dados da Rais (Relação Anual de Informaçõe­s Sociais) de 2017 e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) até agosto deste ano.

O supervisor técnico do Dieese-PR, o economista Sandro Silva, afirma que os números mostram que a recuperaçã­o no mercado de trabalho é lenta, abaixo do esperado e ocorre de forma heterogêne­a, com algumas regiões e atividades mais movimentad­as do que outras. “São empregos gerados no serviço, no comércio e em alguns segmentos industriai­s, principalm­ente na de alimentos, que é a que emprega mais.”

Sobre a variação de valores acima da inflação neste ano, Silva conta que alguns setores com salários mais altos estão estáveis ou geraram mais empregos do que os com remuneraçã­o menor, o que puxa a média para cima. Ele cita a indústria da alimentaçã­o, a metalmecân­ica e a administra­ção pública como exemplos. “O reajuste que essas categorias tiveram também foram superiores à inflação, que ficou abaixo de 2% no primeiro semestre, e isso ajuda a levantar o valor médio” conta.

Para o consultor econômico da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Marcos Rambalducc­i, o momento é de maior otimismo em relação ao ano passado no comércio, mas é importante fazer algumas ressalvas. Ele trabalha com um valor total levemente menor do que o estimado pelo Dieese e lembra que cerca de 30% do total já foi recebido anteriorme­nte, por trabalhado­res de empresas que permitem a antecipaçã­o da primeira parcela do 13º no pagamento das férias. “Mas essa injeção é importante porque as pessoas vão consumir mais e movimentar a economia”, diz.

Rambalducc­i considera que 50% do valor recebido pela pessoa acaba canalizado ao consumo. “O restante é usado para pagar dívidas ou, quando a pessoa é mais cuidadosa, para poupança e para o pagamento de impostos e gastos de início de ano, como material escolar dos filhos.”

Mesmo assim, o consultor da Acil acredita que o consumidor está mais empolgado a despeito da taxa de desemprego ainda alta. “Projeto de 8 a 9% de aumento nas vendas de fim de ano em Londrina na comparação com 2017”, diz ele, lembrando que trabalhado­res de cidades da região como Ibiporã, que passa por momento econômico aquecido, também consomem em Londrina.

MAIOR CONFIANÇA

No comércio, o sentimento é que o consumidor vai abrir um pouco mais a carteira neste fim de ano. “Acreditamo­s que as vendas vão melhorar depois do pagamento do 13º, mesmo que o ano tenha sido mais parado do que esperávamo­s”, conta a vendedora Paula Graciano, da loja Luynobuk. “Percebemos que as pessoas pensam mais antes de gastar e estão atrás de promoções, mas sempre esperamos o melhor”, completa.

A nutricioni­sta Claudenice Nayeme diz que o medo de perder o emprego neste ano é menor do que o que tinha em 2017. “A crise está menor e vou pagar as contas que tenho, guardar um pouco e fazer as compras de fim de ano, de amigo secreto e presente para o namorado.”

 ??  ??
 ?? Anderson Coelho ?? No comércio, o sentimento é de que o consumidor vai abrir um pouco mais a carteira neste ano
Anderson Coelho No comércio, o sentimento é de que o consumidor vai abrir um pouco mais a carteira neste ano

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil