Folha de Londrina

Projeto de redução do IPTU volta à pauta em formato original nesta quinta-feira (29)

Movimentos decidiram abrir mão de apresentar emenda ao projeto de iniciativa popular por temer futuros questionam­entos jurídicos

- Vitor Struck Reportagem Local

Receosos de que aprovação do projeto de lei (PL 112/2018) de iniciativa popular que revoga a PGV (Planta Genérica de Valores) aprovada em 2017 possa perder o objeto e ser alvo de questionam­entos jurídicos no futuro, os movimentos que pedem a redução do IPTU (Imposto Predial e Territoria­l Urbano) decidiram abrir mão de apresentar uma emenda que reduziria a alíquota sobre o valor venal do imóvel para 0,5%, que atualmente está fixada em 0,6% para 2018.

De acordo com o representa­nte do projeto na Câmara, o vereador Felipe Prochet (PSD), houve um consenso entre os representa­ntes dos movimentos populares que articulara­m a busca pelas cerca de 30 mil assinatura­s de moradores contrários ao aumento. “Fui procurado por alguns representa­ntes que pediram que o projeto fosse votado na forma original até para não correr os riscos apontado pelo procurador , que se vote na forma original”, explicou Prochet.

O procurador jurídico da Câmara, Miguel Aranega Garcia, disse à FOLHA, que qualquer alteração substancia­l provocaria uma “alteração na vontade popular”, uma vez que o projeto pede a revogação integral da PGV, causando uma “mácula no processo, que leva à inconstitu­cionalidad­e”, explicou.

Votaram favoravelm­ente à aprovação do PL os vereadores Ailton Nantes (PP), Daniele Ziober (PP), Eduardo Tominaga (DEM), Felipe Prochet (PSD), Filipe Barros (PSL), José Roque Neto (PR), João Martins (PSL), Junior Santos Rosa (PSD), Pastor Gerson Araujo (PSDB), Roberto Fu (PDT), Tio Douglas (PTB), Valdir dos Metalúrgic­os (SD) e Vilson Bittencour­t (PSB). No final de 2017, Nantes, Tominaga, Martins, Roque Neto e Ziober haviam votado a favor do reajuste do IPTU.

Além disso o projeto do Executivo, que regulament­a e congela a alíquota do IPTU em 0,6%, que também foi retirado de pauta, deve ser debatido já na primeira sessão da semana que vem. Nesta quinta, de acordo com a assessoria de comunicaçã­o da Casa, as galerias estarão abertas ao público a partir da 13 horas; entretanto, por conta de já ter excedido o número de contrataçõ­es, não haverá a tradiciona­l tenda com a transmissã­o ao vivo da sessão do lado de fora.

TUDO NA PLANILHA

O secretário de Planejamen­to da gestão Marcelo Belinati (PP), Marcelo Canhada, encaminhou um ofício direcionad­o ao presidente da Câmara e a todos os vereadores elencando o impacto financeiro e social com a hipótese da revogação da lei 12.575, que atualizou a PGV. Segundo o documento, entre os efeitos negativos estão o corte de serviços e políticas públicas em áreas como educação, saúde e assistênci­a social; paralisaçã­o de obras e não contrataçã­o de médicos e professore­s; e impedirá o aporte de recursos na Caapsml (Caixa de Assistênci­a, Aposentado­ria e Pensões dos Servidores de Londrina). Também foi encaminhad­a uma planilha com convênios firmados com a União e o Estado de contrapart­idas em obras que estão sendo executadas. Os documentos demostram o esforço do Executivo em tentar barrar a aprovação do projeto de iniciativa popular.

OUTROS PROJETOS

Na sessão desta quinta-feira também estava prevista a votação em segunda discussão do projeto de lei de autoria do Executivo que trata de cessão do uso do imóvel localizado na Avenida Duque de Caxias, ocupado há dois anos pelo Movimento dos Artistas de Rua de Londrina. Após ser aprovado em primeira instância e retirado de pauta por três sessões, foi anexado ao PL um abaixoassi­nado de empresário­s da região que são contrários a doação do imóvel aos artistas. Mas o diálogo entre eles e os empresário­s pode apaziguar os ânimos. É que mais um encontro está marcado para que todos possam conhecer o trabalho realizado no local onde já funcionou a União Londrinens­e dos Estudantes Secundaris­tas.

“Então acho que teve já um entendimen­to, até um apoio dos empresário­s que gostaram do espaço, e eu acho que é melhor ter um espaço ocupado por artistas que mostram a arte de Londrina para todo o Brasil do que um espaço abandonado lá no centro da cidade”, avaliou.

Questionad­o se os vereadores estão cientes deste trabalho para poderem votar com consciênci­a, Tamura avalia que sim e lembra que já visitou a ocupação.

O líder do Executivo também deve pedir a retirada de pauta do projeto que concede a doação de uma área de 10 mil metros quadrados à Sanepar no jardim Santa Alice, zona leste, que deve servir para a ampliação do sistema de abastecime­nto do rio Tibagi.

Procurador jurídico da câmara alertou para “alteração na vontade popular”

(Colaborou Guilherme Marconi)

 ?? Gustavo Carneiro/20-11-2018 ?? Galerias da Câmara de Londrina serão abertas ao público às 13 horas: desta vez não haverá a tradiciona­l tenda com a transmissã­o ao vivo da sessão do lado de fora
Gustavo Carneiro/20-11-2018 Galerias da Câmara de Londrina serão abertas ao público às 13 horas: desta vez não haverá a tradiciona­l tenda com a transmissã­o ao vivo da sessão do lado de fora

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