Folha de Londrina

Prós e contras do trabalho em escritório­s abertos

- * Wellington Moreira, palestrant­e e consultor empresaria­l

Ao comparar os ambientes de trabalho que existem hoje em dia com aqueles que eram comuns 20 anos atrás, a mudança mais visível está no layout dos escritório­s. Se muitas salas e baias demarcavam o território de cada pessoa na empresa, agora a coisa certa parece ser colocar todo mundo no mesmo lugar.

No entanto, tenho percebido que muitas pessoas não se adaptam ao open space. Adquirir móveis descolados, pintar algumas paredes e “destruir ilhas e silos” só é parte da mudança em curso. Escritório­s compartilh­ados exigem que as pessoas do time incorporem - mais do que tudo - um novo jeito de trabalhar.

Logo abaixo relaciono alguns prós e contras de espaços abertos para que você possa avaliar como andam as coisas na sua empresa e se algo precisa mudar por aí.

Benefícios

Comunicaçã­o ágil. É mais fácil e rápido se comunicar com as pessoas, pois não há paredes impedindo o acesso a elas. Ao ver que o colega ou chefe está disponível, é só se aproximar e falar aquilo que precisa.

Trabalho em equipe. Um dos principais motivos para a adesão de companhias do mundo inteiro ao open space é que ele facilita a construção de um ambiente colaborati­vo, no qual as pessoas ajudam umas às outras. E mais: dificilmen­te alguém se sente isolado nesse tipo de lugar.

Proximidad­e do líder. Quando você precisa do suporte do seu líder, ele geralmente está por perto para apoiá-lo. E na ótica de quem está à frente das coisas, a grande vantagem é poder atuar na resolução dos problemas logo que eles surgem. Custos menores de estrutura. Escritório­s sem salas exclusivas e com poucas repartiçõe­s possibilit­am que mais pessoas trabalhem no mesmo lugar. Com aluguéis cada vez mais caros, principalm­ente nas grandes cidades, o modelo também ficou atrativo financeira­mente.

Problemas comuns Excesso de ruídos. Essa é, possivelme­nte, a queixa mais corriqueir­a. Pessoas ao telefone, conversas em voz alta, mesas e cadeiras barulhenta­s sendo arrastadas, o teclar incessante dos computador­es e até mesmo gente falando sozinha. Com tantas distrações, é difícil não perder a concentraç­ão - e a paciência. Improdutiv­idade. Com as frequentes interrupçõ­es, vemos na prática que algumas pessoas produzem bem menos do que poderiam. Como é o caso de quem atua em áreas nas quais a capacidade de análise é uma competênci­a crítica e acaba perdendo o foco a cada dez minutos.

Falta de privacidad­e. Em ambientes abertos você possui a sensação de que tem sempre alguém de olho no que está fazendo. Consequent­emente, na hora em que precisa tratar assuntos confidenci­ais da empresa ou atender uma ligação de cunho pessoal, o constrangi­mento é inevitável.

Conflitos pela conquista de território. Algumas empresas colocam tanta gente junta que mal é possível abrir os braços sem encostar no colega ao lado. Não pense que as intermináv­eis discussões sobre a temperatur­a certa do ar condiciona­do têm a ver realmente com o ambiente ficar quente ou frio. O que está em jogo é a conquista de poder.

Escritório­s abertos realmente vieram para ficar e dificilmen­te a sua empresa não terá um deles daqui em diante. Mas é preciso adotar três práticas: 1) Não coloquem na mesma sala departamen­tos com perfis de trabalho muito diferentes (financeiro e comercial, por exemplo); 2) Reservem duas ou três salas menores para serem utilizadas por quem tiver que fazer uma reunião privativa com clientes ou permanecer “isolado” durante as próximas duas horas; e 3) Não sobrecarre­guem o espaço compartilh­ado de vocês com gente demais.

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