TCGL contesta licitação e anuncia que vai parar
Sem concordar com os termos da nova concorrência pública do transporte coletivo urbano de Londrina, a TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) adiantou que não irá participar da licitação e anunciou o fim das atividades em 19 de janeiro. Empresa respo
Após o anúncio da não participação da Grande Londrina na nova licitação do transporte coletivo, o presidente do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Londrina), João Batista da Silva, disse que já tinha ciência da situação de desequilíbrio econômico que o novo edital traria para a empresa, um dos motivos da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) optar por não continuar os serviços após janeiro de 2019, quando se encerra o contrato vigente.
Ainda que o Sinttrol defenda os interesses dos trabalhadores, Silva concordou com as ponderações feitas pelos donos da empresa sobre a tarifa, que é acordada entre a prefeitura e a companhia de transporte coletivo. “Já sabíamos desse desatendimento do equilíbrio financeiro pelas manifestações que a TCGL faz. A outra empresa (Londrisul) também achava que a tarifa não era correta, sempre foi uma tarifa política e não técnica, isso levou a esse desfecho”, pontuou.
Silva disse que já sabia da intenção da Grande Londrina há alguns dias, mas que só recebeu de forma oficial nesta quinta-feira (29). “O Sindicato agora está com essa situação para ser discutida com os trabalhadores. Só da TCGL são 1.651 colaboradores. Vamos ter uma situação de incerteza sem saber quem será o empregador, mas evidentemente o novo empregador pode querer pessoas que não estão no sistema hoje. Isso vai ser discutido com a categoria para tomarmos uma posição nos próximos dias”, disse.
O cobrador da TCGL, Edson Pereira Santos, 51, atendia atenciosamente uma cadeirante no Terminal Central nesta sexta-feira (30), quando a reportagem o questionou sobre a não adesão da empresa à licitação. “A empresa ainda não anunciou para a gente, mas eu já estava aguardando. Mas vou esperar todas as decisões da empresa. A hora que eles falarem para eu dar a carteira e quebrarmos o vínculo vou aceitar numa boa, nunca reclamei de nada”, contou. Santos, que faz cinco anos de TCGL em janeiro, expôs que gosta de trabalhar na empresa e que sempre prestou um bom serviço ao tratar cadeirantes e pessoas de idade. “Vou deixar a empresa fazer o que quiser comigo. Sou muito feliz por ter atuado da maneira como atuei até hoje, acho que se eu sair daqui, a TCGL terá outras portas para mim porque eu sempre prestei o melhor serviço que eu podia”, relatou. Santos afirma que o pagamento da empresa sempre veio de maneira correta e que nunca o faltou nada para sustento da família.
A cozinheira Veranice Peletero, 49, pega ônibus todos os dias para trabalhar. “Os ônibus estão bem velhos, mas não tenho muito do que reclamar”, declarou. Esperando seu ônibus, Peletero considerou, contudo, que a tarifa é cara. “Poderia melhorar um pouco, mas como vou reclamar com tantas outras coisas que estão tão caras também. Se botar na balança... Mas lógico que se diminuísse um pouco a tarifa ajudaria o orçamento da gente”, garantiu.
Nos horários de pico, pela manhã e no fim da tarde, a cozinheira reclamou da lotação e falta de linhas e itinerários. “Se tivesse mais um pouco de horário ajudava, porque lota. De manhã, onde eu moro, eu tenho que andar umas quatro, cinco quadras para poder pegar ônibus, porque na frente de casa não tem”, alegou.