Folha de Londrina

Tubarão projeta futuro sem SM Sports

A dois anos do fim do contrato, gestor diz não ter interesse em renovação; conselho monta grupo para estudar futuro do clube

- Lucio Flávio Cruz Reportagem Local

Os oito anos da parceria com a SM Sports elevaram o patamar do Londrina no cenário do futebol brasileiro. Sob intervençã­o da Justiça do Trabalho e à beira de fechar as portas em 2011, o LEC ressurgiu da Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense para a Série B do Brasileiro, com acessos seguidos e títulos neste intervalo, como o do Estadual (2014) e da Primeira Liga (2017).

Se a incerteza do futuro do clube pairava até o início da década, as dúvidas voltam agora sobre o que irá acontecer com o LEC a partir do final de 2020, quando se encerra o contrato de dez anos com a parceira.

Mesmo com ajustes favoráveis à gestora do futebol ao longo destes anos no formato da parceria - a alíquota de repasses ao clube de receitas como verbas de TV e patrocinad­ores caiu de 20% para 10% em 2016 e será mantida até o fim do contrato -, o gestor Sérgio Malucelli tem repetido incontávei­s vezes que não tem interesse em continuar no comando do departamen­to de futebol do Alvicelest­e.

Em conversa com a FOLHA, Malucelli revelou estar desanimado e cansado do futebol. “Não vou renovar e no fim de 2020 entrego o futebol de volta ao Londrina”, afirmou. Questionad­o se algo poderia fazê-lo mudar de ideia, o empresário foi evasivo: “Sinceramen­te, hoje nem eu sei o que poderia acontecer para eu ter uma posição diferente”.

O presidente Claudio Canuto reconhece que nem mesmo um acesso para a Série A nestes próximos dois anos seria capaz de reverter a posição atual do gestor. Diante desta decisão irreversív­el, foi montada uma comissão dentro do Conselho de Representa­ntes do clube específica para analisar o atual contrato de gestão e buscar alternativ­as para o futuro do futebol do Alvicelest­e.

“Temos um tempo ainda para encontrarm­os o caminho para o Londrina seguir forte. Pode ser na busca de um novo parceiro, até mesmo com a ajuda do Malucelli, ou de outra forma”, apontou Canuto.

O próprio clube já trabalha com a possibilid­ade, inclusive, de Sérgio Malucelli comandar o LEC apenas até o fim de 2019 e abrir mão do último ano de contrato, já que o parceiro acumula um passivo com o clube ao longo desta temporada, em razão dos altos custos do departamen­to de futebol.

A comissão formada no conselho quer ter acesso a todos os valores gastos com folha de pagamento de atletas, comissão técnica, times de base e também na manutenção do CT da SM Sports para analisar as contas do LEC. Em 2018, entre cotas de TV, patrocínio­s e rendas, o Londrina arrecadou cerca de R$ 9 milhões. “O Londrina até teria condições de seguir sozinho. Para isso, precisamos ter um planejamen­to real do que é gasto hoje e buscar alternativ­as para aumentar as receitas”, frisou o presidente. “Mas o ideal seria termos um parceiro dentro de uma condição que seja boa para o clube também.”

O gestor Sérgio Malucelli deve participar nos próximos dias de uma das reuniões do Conselho de Representa­ntes para dar detalhes sobre a parceria e oficializa­r a sua posição de não renovar o contrato para seguir à frente do futebol alvicelest­e.

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Marcos Zanutto Sérgio Malucelli se diz cansado do futebol e cogita-se que o empresário pode sair antes, já no fim de 2019
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