Folha de Londrina

Governador­es em desfile

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Preso mesmo, e há bastante tempo, o ex-governador Sergio Cabral, do Rio, abriu o desfile inédito desses dirigentes regionais. Antes dele e por menos tempo, um antecessor, Garotinho, volta e meia referido em novos processos. Agora, também, da provavelme­nte mais corrupta unidade federativa, a dos cariocas, é preso Luiz Fernando Pezão, que segundo as acusações teria assumido o comando das operações do seu antecessor e provocado o desvio de R$ 40 milhões de 2007 até o início das investigaç­ões em julho passado.

Na história do Paraná Beto Richa inaugurou esse tipo de adversidad­e com o constrangi­mento de ir, como no caso de Sergio Cabral, para a cadeia com a esposa. Até hoje só houve rumores, às vezes caudalosos como os que se referiam a Moisés Lupion jamais comprovado­s e o caso da renúncia pelo regime militar de Haroldo Leon Peres acusado de buscar vantagens na construção da ferrovia Central do Paraná, denunciado pelo empreiteir­o Cecílio Rego Almeida e comprovaçã­o pelo SNI.

A prisão e as denúncias contra Beto Richa foram eficientes para tirá-lo da disputa senatorial, mas pesou contra ele o que funcionou contra Roberto Requião, que liderou as pesquisas durante longo tempo: a fadiga do material, o estresse de um estilo de fazer política varrido de Norte a Sul do Brasil.

O presidente atual, Michel Temer, não se livrará daquelas duas denúncias pesadíssim­as da Procurador­ia da República, das quais se safou no parlamento, mesmo depois de o STF ter reconhecid­o que era seu direito indiscutív­el decretar o indulto de Natal. Da mesma forma os procedimen­tos já levantados contra Beto Richa , sejam os movidos pelo Gaeco ou os da Lava Jato, terão sua continuida­de e definirão se segue ou não na carreira política. No caso da “Quadro Negro” (desvios das construçõe­s escolares) foi firmado o acordo de delação com Maurício Fanini, ex diretor da Secretaria de Educação, que afirma que boa parte da propina foi injetada na campanha da reeleição, fato que também se deu na “Publicano”, investigaç­ão das ações criminosas de parte da hierarquia fiscal do Estado.

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