As paisagens de um olho urbano
Conhecido pelo codinome RoberStone, o aposentado José Pieretti dedica as horas livres ao hobby de fotografar eventos culturais, imóveis antigos e cenas de Londrina
Desde que comprou uma câmera fotográfica profissional há 13 anos com o objetivo de registrar e divulgar imagens da banda londrinense Crazy Horses, que tem seu filho como guitarrista, o aposentado José Pieretti não parou mais de disparar flashes pela cidade afora. O hobbie de fotografar de forma amadora shows, eventos artísticos e imóveis antigos de Londrina o tornaram uma figura bastante conhecida que atende pelo codinome RoberStones.
O apelido denuncia a paixão do londrinense pela banda liderada pelo vocalista Mick Jagger. “Desde que ouvi os Rolling Stones pela primeira vez, em 1972, fiquei alucinado pela banda e passei a colecionar todos os discos e revistas que traziam reportagens sobre eles”, relata Pieretti ao comentar que a paixão pelo rock rompeu barreiras e o transformou em um apreciador de todos os estilos musicais. “Hoje em dia gosto de tudo e levo minha câmera fotográfica a todos os shows que frequento. O objetivo é compartilhar com as pessoas as imagens que registro”, resume.
Com mais de 150 álbuns de fotos em sua página no FaceO book ( José RoberStone Pieretti), ele afirma não economizar na hora de fazer cliques. “Chego a fazer 400 fotografias em um único show. Procuro registrar momentos inusitados dos artistas, como aconteceu com o cantor Otto, que flagrei amarrando o tênis antes de começar o show na Concha Acústica na semana passada. Mas também acabo atendendo muitos pedidos de pessoas que pedem para que eu as fotografe nos eventos e, depois de publicada a foto na minha página, elas compartilham a imagem com outras pessoas através das redes sociais. Muita gente que não consegue ir a determinado show acaba visitando minha página para ter uma ideia de como foi o evento “, relata Pieretti, que contabiliza quase 5 mil amigos no Facebook.
O londrinense conta que começou a fotografar eventos artísticos da cidade em 2005. “De lá pra cá vou ao maior número de shows possível. Acompanho a agenda cultural da cidade pela Folha de Londrina e pelas páginas das casas noturnas da cidade. Já perdi as contas de quantas fotografias postei, mas fiquei feliz quando recebi uma notificação do Facebook informando que minhas imagens já haviam sido compartilhadas 500 mil vezes”, conta.
RoberStones enfatiza que pretende continuar exercendo a atividade de fotógrafo apenas como um hobby. “Produtores de eventos e donos de casas noturnas já quiseram me contratar para fazer fotografias de seus eventos, mas eu recusei pois isso tiraria a minha liberdade. Gosto de fotografar no meu ritmo e de fazer muitas imagens sem me preocupar com a quantidade de cliques”, salienta.
maior sonho que ele carrega como fotógrafo não é muito difícil de imaginar. “Gostaria muito de fotografar os Rolling Stones. Perdi duas oportunidades de fazer isso por conta do meu trabalho. Em 1985, quando eles vieram ao Hollywood em 1995, eu já estava com passagens e ingressos comprados. Mas naquela época eu trabalhava como encarregado de Recursos Humanos e devido a uma pane no sistema que aconteceu no dia do pagamento dos funcionários, meu chefe não pode me liberar. Em 2001, eu trabalhava em uma fábrica no Japão, quando soube que haveria um show dos Rolling Stones a 20 quilômetros do meu local de trabalho, mas acabei escalado para trabalhar à noite e também perdi o show”, conta RoberStones ao revelar que está se preparando para realizar seu sonho em 2019. “Estão dizendo que o Brasil será incluído na nova turnê do grupo. Se isso acontecer, dessa vez estarei lá”, enfatiza.
Além de eventos culturais, Pieretti também se dedica a fotografar imóveis antigos e cenas do cotidiano da cidade. “Gosto muito de guardar imagens de imóveis que a gente imagina que daqui a algum tempo serão demolidos ou destruídos pela ação do tempo ou de vândalos. Já tenho mais de duas mil fotografias de casas e comércios antigos de Londrina. Também gosto de registrar coisas erradas que vejo pelas ruas. Na semana passada, por exemplo, fotografei uma placa que ficava entre as ruas Souza Naves e Pará que estava invertida podendo causar confusão a alguém que não conhece bem as duas ruas. Fotografei e publiquei na minha página no Facebook. Em poucos minutos o pessoal da CMTU mandou uma mensagem dizendo que iria arrumar a placa imediatamente. Também uso minhas fotografias para fazer denúncias”, conclui.