Folha de Londrina

CLÁUDIO HUMBERTO

Impacto orçamentár­io não consta no texto; no TC, benefícios vão custar R$ 15 milhões por ano

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Expectativ­a é que decisão do TCU, de fiscalizar OAB, não resistirá à apreciação do STF

Curitiba

- Os deputados estaduais devem votar na próxima semana os projetos de lei que instituem auxíliocre­che e auxílio-saúde para servidores do TC (Tribunal de Contas) e da AL (Assembleia Legislativ­a) do Paraná, além de estabelece­rem critérios de promoção e progressão de carreira. No caso do Tribunal, o impacto previsto para os cofres públicos, em caso de aprovação, é de R$ 14,5 milhões em 2019 e de R$ 15,7 milhões anuais a partir de 2021. Ambas as matérias estão na CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça).

Normalment­e, quando um poder ou órgão auxiliar cria um benefício, os demais utilizam o critério da “isonomia” para requerer vantagem semelhante. Tanto o TJ (Tribunal de Justiça) como o MP (Ministério Público) já oferecem os “extras” aos seus funcionári­os. Outro argumento destacado pelos presidente­s da Corte, Durval Amaral, e do Parlamento, Ademar Traiano (PSDB), é de que o custo virá de orçamento próprio e de que a questão atende aos critérios impostos pela LRF (Lei de Responsabi­lidade Fiscal).

O texto encaminhad­o por Amaral dá mais detalhes de como os benefícios serão pagos. O auxílio-creche foi fixado em R$ 792,28 e será corrigido de acordo com o índice aplicado à atualizaçã­o dos vencimento­s e remuneraçõ­es. Já o auxíliosaú­de é calculado com base na idade do trabalhado­r. Para os funcionári­os mais novos, de 18 a 23 anos, o pagamento será de R$ 353,99 mensais, enquanto os com mais de 59 anos receberão o valor máximo: R$ 1.297,17. Há no total nove faixas. Após receber pedido de vista de Felipe Francischi­ni (PSL), o projeto volta à pauta da CCJ na terça-feira (4), antes de ir a plenário.

ASSEMBLEIA

Na sessão da última terçafeira (27), Traiano e o primeiro secretário da AL, Plauto Miró (DEM), solicitara­m regime de urgência para a mensagem que trata da instituiçã­o das vantagens no Parlamento estadual. Os valores estipulado­s para os 550 cargos hoje existentes são os mesmos do TC. Entretanto, o impacto financeiro não consta da mensagem. A justificat­iva para a urgência é de que a matéria é “de interesse público e incide em repercussã­o para a coletivida­de”. Assim, são dispensada­s algumas exigências, formalidad­es e os interstíci­os entre votações, o que acelera o trâmite.

“Tal benefício, já concedido pelos demais poderes públicos, honrará o trabalho dos servidores que tanto contribuem para o funcioname­nto deste Poder Legislativ­o”, escreveu o tucano. A proposta também inclui a adequação da progressão por antiguidad­e na Casa e o pagamento por licenças especiais não usufruídas aos aposentado­s. A progressão ocorrerá a cada dois anos de efetivo exercício e será equivalent­e a uma referência salarial, dentro de uma mesma classe. Traiano fala em garantir “eficiência e celeridade” dos trabalhos, “em consonânci­a à modernidad­e e eficácia almejadas pela administra­ção”.

As votações ocorrem pouco tempo depois de Miró apresentar e o governador eleito, Ratinho Junior (PSD), encampar uma proposta de redução nos repasses à Assembleia. Hoje, o Judiciário tem direito de receber 9,5% do que o Estado arrecada; o MP fica com 4,1% e ao Legislativ­o são destinados 5%, dos quais 1,9% cabe ao TC e 3,1% à AL. A previsão que consta na LOA (Lei Orçamentár­ia Anual) para 2019 é de R$ 57,36 bilhões em receitas, número 4,16% menor do que o estimado em 2018, que foi R$ 59,7 bilhões.

De acordo com o presidente da AL, a sugestão foi encaminhad­a para a Procurador­ia, que dará um parecer sobre a viabilidad­e jurídica. Por essa razão, dificilmen­te haverá tempo hábil de votá-la antes do encerramen­to do ano legislativ­o. Nos últimos anos, o Parlamento estadual tem “devolvido” parte do montante que recebe. Nas cerimônias, simbólicas, o governador ou a governador­a aparece segurando um cheque gigante, entregue pelos membros da Mesa Executiva.

Presidente da Assembleia solicitou regime de urgência para a matéria

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