Renault comemora 20 anos no Brasil e quer 10% de participação em 2022
No ano em que atinge sua maior participação de mercado no Brasil, a Renault comemorou nesta terça-feira (4) os 20 anos da abertura da fábrica no País. Em crescimento ininterrupto desde 2010, a marca chegou a 8,7% de market share no acumulado até novembro, com a meta de chegar a 10% em 2022. Isso significará repetir o crescimento acima do mercado obtido em 2018, em que a montadora deverá crescer entre 28% e 30% ante previsão de crescimento de cerca de 14% a 15% do mercado, de acordo com Luiz Fernando Pedrucci, presidente da Renault para a América Latina.
Em entrevista coletiva no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais - onde um evento comemorativo nesta terça reuniu cerca de 7 mil pessoas, entre colaboradores, autoridades, jornalistas, fornecedores e concessionários - Pedrucci disse que a avaliação é de que o mercado vá continuar a crescer em 2019, ainda que em ritmo mais lento - talvez chegando a dois dígitos.
“Não imaginamos um crescimento explosivo, mas a gente acredita que o mercado vai crescer de forma constante nos próximos anos”, disse.
Ele avaliou positivamente o cenário de maior estabilidade cambial pós-eleição e a regulamentação do Rota 2030 - um regime tributário especial para o setor com incentivo fiscal às fabricantes.
“Hoje estamos em um ambiente positivo. Primeiro, pela menor volatilidade das moedas. Mas sobretudo pela clareza das regras do jogo pelos próximos 15 anos. Isso permite, agora, a gente ser mais assertiva”, disse.
Pedrucci contou que a crise econômica da Argentina gerou uma perda de 13% das exportações da montadora, mas que a empresa espera que o mercado não caia “mais do que já caiu”, com espaço para alguma recuperação. A empresa continua buscando outros mercados na região, como México, Colômbia, Peru, Uruguai e Paraguai. “É difícil dizer se tudo isso vai ser suficiente para cobrir o buraco deixado pelo mercado argentino”, disse.
HISTÓRIA
O presidente da Renault para a América Latina contou que a decisão de investir no Brasil na década de 1990 foi um marco na internacionalização da marca francesa. “Foi um momento importante, porque a fábrica foi construída depois de muitos anos em que a Renault não construía uma fábrica. A Renault passou momentos difíceis antes disso”, disse.
De lá para cá, a montadora produziu mais de 3 milhões de veículos (30% para exportação) e 4 milhões de motores no país. O Sandero - que, junto com o Logan, marcou uma retomada do crescimento de participação do mercado da marca em por volta de 2007, após um período de queda - teve 1 milhão de unidades produzidas. São quatro fábricas no complexo industrial, que somaram cerca de R$ 7 bilhões em investimentos - R$ 3 bilhões nos últimos oito anos. São 7,3 mil colaboradores no Brasil e cerca de 25 mil empregados indiretos no Paraná. “Nunca fomos tantos”, disse Pedrucci. “Ninguém imaginava que aquela coisa feita em 1998 ia se transformar em tudo isso que é hoje.”
FUTURO
Entre os marcos de 2018 está o início das vendas do veículo elétrico Zoe para o consumidor final - medida considerada “um primeiro passo”, sem ambições de vender grandes volumes. Responsável por mais de 50% de todos os veículos elétricos já vendidos no Brasil, a marca vendeu apenas 150 unidades até hoje para empresas com projetos de “zero emissão”. Nove foram para o consumidor final durante o Salão do Automóvel.