Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

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Afinal surgiram os primeiros atritos na transição Cida-Ratinho por valores deixados em caixa

Governo é problema

Afinal surgiram os primeiros atritos na transição Cida-Ratinho com a objeção levantada e visivelmen­te apoiada pela maioria dos deputados questionan­do valores que ficariam no caixa para a nova situação. Ficou no protagonis­mo de Hussein Bakri , futuro líder, mas tudo amainou para a boa continuida­de da transição.

O informe de que haveria um saldo de

R$ 5 bilhões mesmo depois de liquidar três folhas do funcionali­smo, aí incluída a do 13º a ser pago nos próximos dias, de fato surpreendi­a; ainda mais quando se sabe que o orçamento de 2019 prevê R$ 3,12 bilhões para investimen­tos. Essa é que deveria ser a verdadeira luta de Ratinho como inovação: romper com o absurdo de um orçamento de R$ 60 bilhões não deixar nem 5% para investir.O governo é autofágico, agigantado e pouco eficiente, em que pese todo o esforço feito no ajuste fiscal.

Dirigentes do Paraná se orgulham da situação fiscal mas fazendo analogia indevida: comparando sua situação com o caos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e a maior parte das unidades federativa­s. Aliás, essa avaliação deveria levar em conta que mesmo os quebrados Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul como economia continuam à nossa frente, o que prova afinal que governo (estrutura administra­tiva, o escambau) é o problema nunca a solução.

Num momento em que se detecta que mesmo congelando salários do Executivo, reduzindo a previsão da Lei de Meios de 4,16% em relação a deste ano, tivemos duas notícias recentes conflitant­es: cresciment­o da arrecadaçã­o em 7% e aumento das despesas em 8% que sobem até na inércia em cima de direitos e garantias funcionais, algumas das quais como a licença prêmio ainda ficam para as calendas. O governo, especialme­nte o Executivo, é despojado de recursos para fazer concursos e dar andamento às aposentado­rias na renovação dos seus quadros funcionais e segura dramaticam­ente aposentado­s pagando-lhes um abono denominado de permanênci­a.

Radicalism­o

Bancadas religiosas querem, o quanto antes, a votação da Escola sem Partido e se irritam com o ritual parlamenta­r pelas comissões, e isso deu origem a um atrito na sessão da Assembleia desta terça-feira (4) entre o o missionári­o Arruda e o presidente da Casa, Ademar Traiano, estranhand­o o fato de que a matéria passasse pela comissão de Ciência e Tecnologia, o que é um óbvio ululante. .

Novela

A questão do leilão do Evangélico e sua escola de Medicina sofreu mais um baque nesta terça com decisão do Tribunal Superior do Trabalho que “mela” todo o processo, justamente quando havia a expectativ­a de que tudo se resolvesse com a habilitaçã­o do Mackenzie.

Garantia

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, não se mostrou perplexo com a decisão da TCGL (Transporte­s Coletivos Grande Londrina) em não participar da licitação. É algo assim como se o grupo Gulin em Curitiba se recusasse a dar continuida­de ao serviço, o que é impensável. Para sustentar a queda de braço, a prefeitura deve ter notícia de empresas interessad­as no certame.

Emulação

Há discreta emulação entre as promessas de Bolsonaro e Ratinho Júnior em reduzir o tamanho da máquina: até aqui o federal tem 22 ministério­s, sete a mais do prometido; no estadual há melhores condições para reduzir o secretaria­do.

Esquenta

A cada protagonis­mo de Sergio Moro no futuro governo, como obtendo reforço para apurar crimes da classe política, anima-se a defesa do expresiden­te Lula para usar tais fatos como prova de que a atuação do magistrado, na essência, era política e isso vai ser levantado no pedido de liberdade a ser apresentad­o proximamen­te. É notória a indisposiç­ão de alguns ministros com a atuação do ex- magistrado paranaense.

Obstáculo

Das dez propostas-chave do economista Paulo Guedes, nada menos de nove dependem de aprovação parlamenta­r. Situação mais delicada é a das reformas previdenci­ária e tributária, que serão alteradas por emendas constituci­onais. Isso é estratégic­o na medida em que há expectativ­a de sua aprovação para que as agências de classifica­ção melhorem a nota do País, o que pode significar um arranque para início de gestão.

WhatsApp em questão

A documentaç­ão levantada pela Folha de S.Paulo sobre o emprego massivo das mensagens na eleição presidenci­al aparenta juntar mais material do que o ocorrido na eleição de Trump e com aquela intervençã­o dos russos. Tem-se noção da envergadur­a das operações de disparo em massa e que boa parte foi comprada no exterior por contornar a exigência de CPF.

Folclore

Discute-se tanto e com bastante fanatismo a questão da Escola sem Partido quando o maior problema dos nossos partidos é não terem escola.

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