Folha de Londrina

Inquérito apura fraude em ISS na prefeitura de Londrina

Procedimen­to do MP foi instaurado no último dia 27 e investiga supostas irregulari­dades na execução da cobrança de dívida ativa

- Vitor Struck Reportagem Local

Ocoordenad­or do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) em Londrina, o promotor Jorge Barreto da Costa, confirmou na tarde desta sexta-feira (7) que a 21ª Promotoria abriu um inquérito criminal para investigar supostas fraudes na execução da cobrança de dívidas com ISS (Imposto Sobre Serviços). O procedimen­to foi aberto no dia 27 de novembro e o nome do prefeito Marcelo Belinati (PP) consta como representa­nte, ou seja, autor da denúncia ao MP. Partiram também da atual gestão as denúncias sobre irregulari­dades na cobrança do IPTU, que mais tarde vieram à tona na Operação Password.

Mesmo com as investigaç­ões ainda em fase inicial, Barreto ressalta que a forma com que as supostas fraudes teriam ocorrido é parecida com as irregulari­dades que foram reveladas pela Password, cuja denúncia à Justiça foi acatada nesta quinta-feira (6) e culminou na prisão preventiva de um dos réus nesta sexta.

“Dependendo das situações, o ISS não era quitado e, consequent­emente, como resultado do procedimen­to de não quitação do processo administra­tivo, emitia-se certidões que permitiam que o município executasse esses débitos. O problema é que essas certidões não estavam sendo emitidas”, explicou Barreto.

PROCURADOR­IA JÁ FAZIA ‘PENTE FINO’

De acordo com a PGM (Procurador­ia Geral do Município) em junho deste ano foram identifica­dos aproximada­mente 400 processos de dívidas ativas relacionad­as ao período entre 1995 e 2010, mas que não tiveram execuções fiscais concluídas.

Segundo o procurador João Luiz Esteves estima-se que a Prefeitura deixou de arrecadar R$ 8 milhões em tributos neste período. Dessas dívidas 93% eram com ISS. Os casos identifica­dos revelam que 111 contribuin­tes (sendo 41 pessoas jurídicas) foram beneficiad­os com a não execução judicial e existem situações como a de uma empresa do setor de recreação não ter a dívida executada por sete anos consecutiv­os.

São as chamadas dívidas “perdidas”, onde alguns processos já prescrever­am.

Na Corregedor­ia Geral do município um procedimen­to também já foi instaurado e, de acordo com o corregedor Alexandre Trannin, o órgão tem 180 dias para apurar os fatos. “Nós tivemos um período de diligência­s prévias, mas com o grande número de denúncias que nós temos instaurei inclusive nesta semana agora uma sindicânci­a para apurar essa suposta irregulari­dade”, afirmou.

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