Trabalhador tem sindicato até de camisas para homens
A proliferação de sindicatos ao longo das décadas levou a uma sobreposição de entidades, enfraquecendo a sua representatividade.
Em Minas Gerais, por exemplo, há 34 sindicatos de empregados em estabelecimentos de saúde, às vezes em cidades próximas.
Em um raio de 200 quilômetros, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Itajubá têm entidades da categoria com 517, 212 e 167 sindicalizados cada uma, respectivamente.
Em outros casos, a fragmentação é tamanha que dá espaço a organizações bastante específicas, como o Sindicato da Indústria de Camisas para Homem e Roupas Brancas de São Paulo, com 84 associados, e o Sindicato da Indústria de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhora do Ceará, com 92 membros.
O professor da USP Hélio Zylberstajn afirmou que, paulatinamente, independentemente de uma eventual reforma, “muitos sindicatos vão desaparecer, porque são raríssimos os que estão enraizados na base, que têm associados e podem se sustentar sem a contribuição compulsória”. Outros tantos, disse, deverão se fundir.
Na semana passada, um caso reforçou o prognóstico. O Estado do Rio tem sete sindicatos da indústria gráfica. Dois assinaram um termo de entendimento, que é o início de uma parceria para se fundirem.
“O jeito de se viabilizarem é se transformarem em um único, talvez até mesmo um único no país”, afirmou Zylberstajn.
O fim do imposto obrigatório foi considerado constitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em junho.