O cimento cobre a terra vermelha
O ano de 1954 foi marcante para o surgimento de alguns marcos na cidade. Naquele ano o terminal de passageiros do aeroporto de Londrina estava em obras e seria inaugurado dois anos depois. 1954 também marca a inauguração do prédio que viria a abrigar o Mercado Shangri-lá. Poucos anos antes, o Edifício Autolon tinha sido inaugurado, em 1951. O Cine Ouro Verde abriu suas portas em 1952. No meio dos dois estava a Confeitaria Caloni, inaugurada em 1954.
Uma de suas frequentadoras era Oulevantina Benatto Cruz, que na época tinha 15 anos. “Eu ia sempre no footing acompanhada pelo meu pai. Era divertido”. Cruz também frequentava bailes no clube Redondo. “Depois que comecei a namorar meu marido, ele nunca mais me deixou ir nos bailes”, relembra.
Cruz é filha do caminhoneiro João Antônio Benatto, que dirigiu o caminhão Ford que viria a ser transformado na Catita da Viação Garcia, na década de 1930. Na época seu pai alugava uma casa de madeira, onde hoje fica o Centro Comercial e transportava areia e tijolos para as construções da região. Dessa forma seu pai foi aos poucos contribuindo para a transformação da cidade de ambiente rural em uma selva de concreto.
Assim ela foi acompanhando a transformação da cidade. “Testemunhei a construção dos principais marcos da cidade. Atualmente Cruz reside com seu irmão Omeletino Benatto em uma casa térrea na rua Souza Naves, que pertencia a seus pais. Cruz conta que quando tinha 15 anos, seu pai fazia festas nesse mesmo endereço, entre as quais as festas juninas. “Eu lembro da rua, das festas que meu pai fazia na época de São João, na rua Souza Naves (que na época se chamava rua Minas Gerais). Eram festas muito boas. Hoje a gente não vê isso na cidade”.