Maria Callas ressuscita por holograma
Cantora lírica mais famosa do século XX ressurge no palco graças à tecnologia
Paris - A imagem holográfica da mais famosa cantora lírica do século XX fez sua aparição na última semana na capital francesa, onde faleceu há 41 anos.
Na sala de espetáculos Pleyel, Maria Callas reaparece num holograma de uma qualidade quase fotográfica. Suas mãos pousadas delicadamente sobre os ombros, a maneira como enrolava seu echarpe, sua “interação” com uma verdadeira orquestra sinfônica.
Na plateia, muitos não acreditavam no que viam. Não houve as ovações ensurdecedoras que acolhiam “a divina”, que recebeu um recorde de “ovação de pé” de 40 minutos. Mas alguns bravos foram ouvidos depois das árias que a imortalizaram, como “habanera” de Bizet ou “casta diva” de Bellini.
O show, concebido com a mais recente tecnologia pelo estúdio americano Base Hologram, é o mais real possível, mesmo que tenha seus limites.
Muito poucos na sala viram Callas cantar em vida e só a conhecem de raros trechos de vídeos em preto e branco. Callas reinventou a ópera, atualizando o canto italiano e, acima de tudo, colocando a teatralidade no coração das letras através de seus talentos.
Ela continua a fascinar, não só por sua voz, mas também por sua vida pessoal tumultuada, incluindo por sua paixão não correspondida por Onassis, que preferiu Jackie Kennedy.
O espetáculo se baseia nas gravações originais remasterizadas, um desafio para a maestra irlandesa Eimear Noone. “Eu memorizei cada virada que ela fazia, cada frase, cada pausa para 90 minutos de música”, explicou. Para Noone, trata-se de uma nova maneira de atrair o público para ópera e música clássica.