Folha de Londrina

Pedaladas comemorati­vas e solidárias na zona rural Desafio MTB celebra aniversári­o de Londrina e arrecada recursos para o Hospital do Câncer; organizado­res querem que passeio seja incluído no calendário oficial do município

- VÍTOR OGAWA

Quase 400 ciclistas participar­am do Desafio MTB na Veia - Cidade de Londrina na manhã de domingo (9). Depois da tradiciona­l Prova Pedestre, que era realizada nesta mesma época do ano, ter sido cancelada em 2018, o evento de ciclismo promete ficar marcado no calendário esportivo da cidade. Segundo o organizado­r Luciano Bitencourt, foram 379 inscritos, de 88 diferentes grupos de ciclismo. “Esse número é bem próximo do que tínhamos imaginado. Nós abrimos 500 inscrições imaginando que chegasse perto de 400 inscritos. Para o primeiro ano que estamos realizando, achamos muito bom”, destacou.

“O nosso intuito é que esse evento se torne uma tradição na cidade. No ano que vem, vamos entrar com projeto na Câmara para tornar o evento oficial no município, para que todo segundo domingo de dezembro tenha essa prova em comemoraçã­o ao aniversári­o da cidade”, projetou.

Ele ressaltou que a pedalada fica como opção para que não haja só futebol e provas pedestres como eventos esportivos de comemoraçã­o do aniversári­o de Londrina. “O mountain bike tem crescido muito. A gente vê muitas equipes surgindo e, nas provas que a gente acompanha, cada vez mais tem surgido mais gente. Acho que a cidade só tem a ganhar com isso”, apontou. Ele destacou que a prática da modalidade gera benefícios para a saúde, acaba com o sedentaris­mo e melhora a qualidade de vida. A prova desse domingo teve toda a renda revertida ao Hospital do Câncer de Londrina.

A partir das 6h30, os participan­tes puderam desfrutar de um café da manhã no restaurant­e Porco no Tacho para ganhar energias para percorrer o circuito. Para os iniciantes, o percurso foi de 20 km; para aqueles que já possuem mais condiciona­mento físico, de 35 km; e para os mais experiente­s, com mais de um ano de atividade, a distância foi de 55 km.

A rota da pedalada partiu do campo do estádio municipal Fidelcino de Freitas, no Heimtal. Todos os participan­tes usaram obrigatori­amente capacete, luva, óculos de proteção e câmara reserva e a bicicleta deveria ter sido revisada para não terem problemas. Um dos apoiadores cedeu funcionári­os para realizar a aferição de pressão e de glicemia nos participan­tes. A organizaçã­o recomendou que ninguém fizesse a primeira pedalada no dia do evento. “Deveria ter iniciado há pelo menos dois ou três meses”, alertou Bitencourt.

A largada aconteceu às 8 horas. A rota passou por estradas rurais da região, entre Londrina e Ibiporã. “É um percurso que passou pela Água das Abóboras e Pico do Guarani. A gente, que pedala com frequência por lá, sempre tira fotos porque a região tem paisagens muito bonitas. Você respira ar puro e pratica atividade física ao mesmo tempo e isso é muito bom”, destacou Bitencourt.

O evento reuniu muita gente de outros municípios, a maior parte da Região Metropolit­ana de Londrina, mas foram registrado­s participan­tes de outros Estados. Estiveram presentes pessoas de Arapongas, Assaí, Bela Vista do Paraíso, Cambé, Florestópo­lis, Gramado (SC), Ibiporã, Jaguapitã, Jataizinho, Londrina, Pitanga, Porecatu, Presidente Prudente (SP), Primeiro de Maio, Rolândia, Sertanópol­is e Tamarana.

A técnica de enfermagem Fernanda Fortunato, 27 anos, por exemplo, é de Ibiporã. “Por ser de fora, eu nunca percorri essa rota. Eu estava bastante ansiosa, porque escolhi percorrer o maior percurso, de 55 km”, destacou. Ela gostou bastante do evento por reunir ciclistas de várias cidades. “Pedalo há dois anos e meio. Para mim, pedalar é vida. Gostei do evento e a cidade tem mais é que comemorar pedalando”, afirmou.

O casal formado pelo motorista Renato Alves de Souza, 42, e pela vendedora Valdirene Andrade de Souza, 41, optou pelo percurso intermediá­rio, de 35 km. Ambos são londrinens­es e gostaram da ideia de comemorar o aniversári­o de Londrina percorrend­o as estradas rurais da cidade.

“São lugares bonitos e os menos perigosos, porque não tem o movimento dos carros. É um fator importante, porque os motoristas ainda não respeitam os ciclistas”, declarou a vendedora. Seu marido sempre faz pedalada na região. “Tem um grau de dificuldad­e, pois é um percurso com subidas e descidas. Comecei a pedalar há quatro meses e é uma satisfação para a gente reunir o pessoal no domingo em um evento como esse. Gosto dessa cidade e ter uma festa no domingo para celebrar o seu aniversári­o e encontrar os amigos é muito bom”, declarou.

A atividade é recomendad­a para pessoas de todas as idades. O comerciant­e Carlos Alberto Rodrigues possui 58 anos e diz que todas as vezes que há um evento como esse pessoas de todas as idades se reúnem. “Faz bem para a saúde, para a cabeça e todo mundo fica em movimento. Comecei a pedalar há quatro anos. Faço parte dos Pedais Vermelhos, com 20 anos de ciclismo. Temos ciclistas de 67 anos pedalando com garotada de 20 anos de idade. A saúde melhorou e o físico fica bom. É pedal na veia. Quando eu saio para as trilhas, é como se fosse uma terapia muito boa”, declarou.

Os ciclistas João Victor Rodrigues de Oliveira da Silva, seis anos, e seu irmão Gabriel de Oliveira da Silva, quatro anos, vieram de Arapongas totalmente paramentad­os para participar do evento. Eles ressaltara­m que gostam de andar de bicicleta para brincar. O pai, o auxiliar geral Douglas de Oliveira da Silva, 30, ressaltou que veio a Londrina para ajudar o próximo. “Pedalo há quatro meses e em todos os eventos levo os pequenos. Se precisar empurrá-los, eu faço isso. Tudo o que a gente faz tem sido para ajudar o Hospital do Câncer de Londrina”, destacou.

Ao final da prova, os participan­tes puderam saborear um chope e também participar­am de um almoço de confratern­ização no Porco no Tacho.

É pedal na veia. Quando eu saio para as trilhas, é como se fosse uma terapia muito boa”

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Rota partiu do campo do estádio do Heimtal e passou por estradas rurais entre Londrina e Ibiporã
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Fortunato: A técnica de enfermagem Fernanda “Para mim, pedalar é vida”

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