Fura-fila
No Brasil praxe, ainda que irregular, é olhada como “direito adquirido”. Um deles, o hábito de furar fila seja a do banco ou do supermercado, tentar fazê-lo na dos precatórios e é claro, com maior razão, na dos atendimentos médicos, cirurgias especialmente. Umas dessas operações, de tão comuns, são olhadas com esportividade, exercício de malícia e malandragem.
Há situações que revoltam como um hipotético furo na fila da Cohab para conseguir a casa ou, mais grave ainda, a de encontrar um jeitinho, sempre ele, de burlar a ordem de pacientes no atendimento médico-hospitalar, como foi detectado pelo Gaeco envolvendo servidores do SUS, empresários e políticos.
É impressionante a especialização que o Gaeco vai ganhando nas áreas em que atua, como o demonstrou nas anomalias do fisco estadual que já rendeu penas superiores a 90 anos na primeira instância e no caso dos desvios nas construções escolares da Operação Quadro Negro, e que resvala na figura do ex-governador como possível beneficiário eleitoral dos chunchos acumulados. Interessante nesse episódio do “fura-fila” é a capilaridade que assumiu alcançando vários municípios e o centro médico de Campo Largo.
Respinga em políticos, cujo grau de responsabilização está por definir, e uma referência a um irmão de Ratinho Júnior foi explicada de que já trabalhou na empresa aludida no passado e que não mais faz parte dos seus quadros.